Que futuro para os recursos humanos em turismo?

A prestação de serviço no turismo “é o fator mais crítico que o país vai ter na próxima década”, disse Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal (TCP) em declarações à imprensa, durante o 29.º Congresso Nacional da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), referindo-se aos recursos humanos no setor.

A mesma opinião foi partilhada por Raul Martins, presidente da AHP, que sublinhou a “escassez de recursos humanos dedicados ao Turismo”, agravada pela dificuldade na captação, retenção e formação de pessoas.  Também os contratos coletivos de trabalho “não ajudam”, pelo contrário, “estão obsoletos e não respondem às modernas formas de organização e novas funções da hotelaria”. “Não satisfazem nem empregadores, nem os novos colaboradores da nossa indústria”, disse.

O presidente da TCP reconhece as mesmas dificuldades para a captação de recursos humanos, embora defenda que “passa pela valorização do trabalho produzido”. “Nós não podemos ter mão-de-obra ao desbarato numa atividade que hoje está a florescer de forma tão intensiva e que representa o que representa na balança do país”, mais de 40%.

Para o responsável “este é um problema que atinge a todos” que estão no circuito da indústria, incluindo os destinos. Por isso, apela a que associações como a AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), a AHP e a APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo) juntem forças.

Na ocasião, Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, refere: “Ainda não ouvi falar de nenhum hotel, restaurante ou atividade turística que tenha fechado por falta de mão de obra em Portugal”. O que falta, garante, “é mão de obra qualificada”.

*Foto de Reuters