“Queremos contaminar o sector com o vírus start-up”

No arranque do Lisbon Challenge Spring’14, João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, realçou a importância destas empresas para dinamizar o sector. O presidente da entidade apontou o peso do turismo nas exportações e na balança de pagamentos como atractivos ao empreendedorismo, no sentido de encontrar negócios para desenvolver a actividade turística local e global e transformar Portugal num start-up hub de dimensão significativa. “O turismo precisa de empreendedores”, começou por explicar Cotrim de Figueiredo no início da apresentação. “As mudanças nos modelos de negócio trouxeram novos desafios. As mudanças nas necessidades dos consumidores e na cadeia de criação de valores fazem com que os factores de peso na tomada de decisão de quem viaja mudem quase uma vez por mês, dependendo do segmento e do mercado”.O presidente do Turismo de Portugal considera que o ambiente do sector é bastante dinâmico, existindo uma necessidade de reinvenção, olhando para o que foi feito e o que se pode fazer. “Mas isto não acontece do ar, precisamos de ter a capacidade, as ferramentas e a tecnologia próprias. E há algo que tem faltado, que é uma análise e medição, uma gestão da cadeia de valores para perceber o factor de decisão, a experiência que o viajante teve, o que sentiu e a intenção de repetição. E vejo isto como uma oportunidade para o empreendedorismo, na qual estaria disposto a investir”, afirmou o presidente. “No turismo ou a estratégia passa porum aprofundamento ou pela abrangência, ou seja, ou se faz algo dez vezes melhor ou algo diferente”. Cotrim de Figueiredo dividiu então as oportunidades em dois tipos: as empresas pequenas, que dependem de variáveis locais e que funcionam apenas no país, não tendo factores exportáveis ou competitivos a nível global ou as empresas tecnológicas, que tem intrínseca a capacidade de competir a nível global. “Queremos estar aqui enquanto alguém que é capaz de apoiar este ecossistema, facilitar o investimento, estimular a cultura e promover a cooperação internacional. Queremos contaminar o sector com o vírus start-up, que se pense que o que foi feito no passado pode ser feito de forma diferente e aquilo que nunca foi feito pode ser feito com a ideia de ter retorno interessante. O turismo deve ser olhado não como um segmento estagnado mas como oportunidade para investir “, concluiu, apelando à necessidade de inovação no turismo.O Lisbon Challenge Spring ’14 trará, durante três meses, 30 start-ups de todo o mundo seleccionadas até Lisboa, onde terão a oportunidade de fazer contactos, acelerar o seu crescimento e incubar os projectos. Das 30, sete estão direccionadas para a área do Turismo. O presidente do Turismo de Portugal& aproveitou ainda para promover a linha de financiamento a crédito que lançou, em conjunto com os bancos, há seis meses, através da qual cinco milhões de euros estão reservados para as start-ups da área do turismo.