#Reaberturadehotéis: Quais as prioridades?

Segurança e Higiene são hoje dois elementos preponderantes na escolha de um hotel. Numa altura em que as unidades se preparam para a reabertura, são vários os cuidados a ter e as medidas a implementar: transmitir confiança ao hóspede poderá ser a palavra-chave para o sucesso de um alojamento turístico. 

Com o intuito de perceber melhor a reação de algumas unidades hoteleiras face a este “novo mundo” que a hotelaria tem pela frente, a Ambitur.pt partilha com os leitores as prioridades que estão em cima da mesa destes profissionais.

Nelson Matos

Junho é o período em que muitas unidades prevêem reabrir portas. Os últimos meses, marcados pela incerteza, são agora tempos de confiança e de vontade em voltar à “normalidade” que tanto é desejada. Associado à AHP (Associação da Hotelaria de Portugal), à Associação Comercial de Braga e ao Turismo de Portugal, o Torre de Gomariz Wine & Spa adaptou-se à “nova realidade” e o tempo de “paragem” serviu para focar a equipa em “formação” e “webinars” que foram sendo promovidos em diversas plataformas. Embora as medidas que têm vindo a ser anunciadas sejam “bastante claras” e “relativamente fáceis de implementar”, Nelson Matos, diretor do Torre de Gomariz Wine & Spa, afirma que cada unidade terá que “adaptá-las conforme a estrutura do hotel”. No caso do Torre Gomariz, o contacto direto com a “natureza” e “fora das cidades” é uma mais-valia: “Tem todas as condições para um período de férias, descontração e lazer”.

Ricardo Emídio

Ricardo Emídio, diretor comercial e de vendas e marketing do Baía Algarve Hotels, não parece concordar com a “clareza” das medidas: “Sugeria um documento único sobre as medidas a implementar nos hotéis, uma vez que existem vários documentos e fontes oficiais a debitar informação sobre vários temas dentro do tema”. Além disso, o responsável refere que “certas zonas operacionais”, como os spas ou piscinas, “estão numa área cinzenta” em que a informação é limitada e tem dado origem a “múltiplas interpretações”. Quanto à implementação das medidas, Ricardo Emídio acredita que serão “céleres mas não fáceis”.

Luís Cruz

Também a trabalhar na implementação de todas as medidas está o MH Hotels. Na visão de Luís Cruz, diretor do grupo, as medidas que têm vindo a ser anunciadas são “claras”, destacando o papel que o Turismo de Portugal tem vindo a ter no auxílio ao setor hoteleiro. Quanto à implementação das mesmas, o diretor é perentório: “As unidades mais relevantes (do grupo) já possuíam planos de contingência” com “critérios e mais abrangentes” do que aqueles que “são agora obrigatórios”. No que se refere a adaptações, o diretor afirma que foram “rápidas a implementar”, permitindo a “algumas unidades terem mantido a sua atividade”, garantido sempre a total “segurança” a todos os colaboradores.

“Clean & Safe” um elemento chave na retoma

Baía Algarve Hotels

Um complemento essencial à reabertura da maioria das unidades está a iniciativa do Turismo de Portugal: o “Clean & Safe”. Assim mesmo é encarado, por exemplo, pelo Baía Algarve Hotels que já o adquiriu nas duas unidades Hotel Baía Grande e Hotel Baía Cristal. Ricardo Emídio não tem dúvidas quanto à relevância deste selo: “Achamos fundamental para reconquistar a confiança dos hóspedes”. Além disso, é um complemento pois transmite a quem visita as unidades o “compromisso” do grupo com a “saúde pública”, protegendo os “hóspedes, staff e comunidade”, acrescenta.

MH Peniche

O Torre de Gomariz Wine & Spa não fugiu à regra e o “Clean & Safe” faz parte do processo de reabertura. Sendo a “segurança” uma prioridade para o hotel, Nelson Matos refere que o cumprimento das “orientações definidas” pelo Turismo de Portugal deu origem à obtenção do selo, reiterando que, no momento de receber o hóspede, o “atendimento de excelência” não será descurado. 

A criação do “Clean & Safe” é motivo para o Luís Cruz louvar o trabalho “excelente” do Turismo de Portugal, referindo que a aquisição do selo é um fator fundamental neste processo de retoma, até porque possui “critérios realizáveis e compreensíveis”, surgindo como um “compromisso” onde as unidades terão que garantir a “implementação de um sistema” que permita ao “hóspede sentir-se seguro” durante a estadia.

Custos operacionais não planeados no orçamento

Torre de Gomariz

Novas medidas e adaptações acarretam custos adicionais a todas as unidades, começando, desde logo, com a aquisição de equipamentos de proteção individual ou o reforço da desinfeção em espaços públicos. São realidades que não estavam planeadas no orçamento de cada hotel. No Torre de Gomariz Wine & Spa, por seu turno, a aquisição de “equipamentos informáticos” ou “aplicações para apresentação de menus” no restaurante e bar são alguns dos exemplos integrados na lista dos custos operacionais.

Tendo em conta esta realidade, a visão no MH Hotels é de que as “operações terão que se adaptar”, o que, “logicamente impactam diretamente o custo de exploração”. E devido a este fator adicional, Luís Cruz reitera que o “preço nunca deverá degradar”, dando a possibilidade ao hotel de “manter a rentabilidade”, mesmo sujeito a um aumento de custos.