Saber como estão as empresas do setor do turismo a reagir à atual crise provocada pela pandemia da Covid-19, o que já implementaram e o que mais preocupa os empresários são os objetivos da Ambitur.pt.
Ricardo Caixinha, diretor geral e CEO do Grupo EMVIAGEM, revela à Ambitur.pt que, neste momento, tem a maioria dos colaboradores em lay-off “mantendo uma estrutura de suporte reduzida no atendimento aos clientes”. O foco do grupo continua a ser “encontrar as melhores soluções para o cancelamento ou alteração” das viagens dos clientes. Atualmente, o gestor indica que “estamos a avaliar todas as oportunidades de otimização nas diversas áreas do grupo”, e também “aproveitar para implementar processos e procedimentos mais eficientes e eficazes”. Ricardo Caixinha sublinha que “estamos a preparar os tempos mais desafiantes que se avizinham, mas a nossa forte resiliência, assente numa equipa de trabalho muito coesa, permitirá que esta batalha seja superada com o sucesso desejado”.
Assim, neste momento, o grupo mantém todas as áreas operacionais mas dimensionadas às necessidades, de forma a garantir os serviços mínimos. As áreas operacionais estão concentradas no acompanhamento das necessidades dos clientes enquanto que as áreas de suporte de negócio se dedicam à melhoria de processos e procedimentos, “aproveitando a disponibilidade de tempo para investir nestes projetos de elevada importância aquando a retoma da atividade”.
O responsável da EMVIAGEM assume que as principais preocupações se prendem com a demora na resposta aos pedidos de reembolso por parte dos fornecedores, nomeadamente das companhias de aviação na devolução dos valores já liquidados de serviços não realizados, e na recuperação de crédito, “pois é evidente que esta convulsão económica afetou todos os setores de atividade”. Ricardo Caixinha mostra-se ainda preocupado com “a indisponibilidade financeira que os clientes terão nos próximos tempos para retomar as viagens, mesmo as de carácter profissional”.
Recordando que as previsões apontavam para que “2020 fosse o melhor ano de sempre”, não só a nível de receitas mas sobretudo de resultados, Ricardo Caixinha admite que “este objetivo teve de ser adiado”. Mas garante que há que pensar no futuro e que “já estamos a preparar a organização, tornando-a mais sólida e consistente”. O CEO da EMVIAGEM reconhece que o futuro tem agora de ser enfrentado de uma forma diferente, e que há que “antecipar ações e alinhar a estratégia”. Para tal, a área de Marketing está já a preparar campanhas de promoção de produto que o grupo acredita vir a ser a tendência de consumo nos próximos tempos. Também a área de IT está a trabalhar na melhoria dos canais online e ferramentas tecnológicas.
“Perspetivamos uma retoma muito lenta”, frisa Ricardo Caixinha. No que diz respeito ao Corporate, a empresa acredita que apenas no último trimestre se verifique uma curva ascendente “de expressão relevante”, e no Lazer tal acontecerá apenas no primeiro trimestre de 2021. Nas áreas de Grupos e Turismo Religioso & Cultural, a EMVIAGEM conta com a retenção de algumas das viagens inicialmente previstas para março, abril e junho, esperando que ainda se venham a realizar no último trimestre de 2020. Já no Desporto, assim que sejam retomadas as competições desportivas, o responsável adianta que será uma área que acompanhará esse ritmo de regresso à atividade.
Ricardo Caixinha espera que o mês de maio já permita à EMVIAGEM regressar ao escritório de forma progressiva e reabrir gradualmente as lojas.