#Realidadedasempresas: “Teremos que nos adaptar a uma concorrência acrescida e a regras novas de operação”

Numa altura em que muitas empresas, hotéis e restaurantes começam a reabrir, Ambitur.pt quer saber quais os planos que têm para esta “nova normalidade” e quais as maiores dificuldades que terão de enfrentar. Alexandre Abade, CEO da Oásis Atlântico Hotels, explica que neste momento está aberto apenas um hotel do grupo, o Oásis Praiamar, na Cidade da Praia (Ilha de Santiago), e grande parte da equipa encontra-se em lay-off, em todas as geografias. E reconhece que a incerteza é grande, sendo que numa primeira etapa houve que apostar na “estabilização e preservação ao máximo da liquidez disponível, preservando o emprego e traçando um conjunto de cenários que nos permitissem perceber quais as alternativas de futuro e qual o momento temporal de regresso do mercado”.

O empresário assume ter várias preocupações. Por um lado, as questões técnicas que venham a ser impostas para as viagens internacionais e para os hotéis. “Acreditamos que quem vai viajar quer sentir segurança mas também viver uma parte da experiência a que se habituou e que o leva a viajar”, assume Alexandre Abade. Por outro lado, há uma preocupação com o clima económico que se viverá nos próximos meses nos principais mercados emissores, adianta. Além disso, o responsável admite que o preocupa “a determinação unilateral de períodos de quarentena que, de forma encapotada, impeçam a livre circulação de pessoas e na prática, a realização de viagens, seja de que natureza for”.

O gestor defende que “quando viajamos para um destino de férias e, particularmente, para um destino de sol e mar, queremos que a segurança esteja lá, sempre presente, mas não que se imponha de tal modo que a estadia fique desconfortável”. E refere que é precisamente “esse equilíbrio que procuramos atingir e para o qual a equipa trabalha”.

Na Oásis Atlântico “já estamos a preparar o futuro”. Alexandre Abade reconhece que “nada vai ficar como dantes” e que “teremos que nos adaptar a uma concorrência acrescida, a regras novas de operação e a um mercado que provavelmente demorará a regressar”. Com hotéis em Cabo Verde, Brasil e Marrocos, o grupo tem consciência de que estas geografias exigirão que “consigamos agregar valor à nossa proposta para que fiquemos menos dependentes do preço como fator de escolha do cliente”, um trabalho que a cadeia hoteleira portuguesa já estava a fazer mas que, no atual contexto, se tornou “mais urgente”.