Rede Cais do Tejo vai ligar as duas margens no próximo verão

O desenvolvimento do projeto Rede Cais do Tejo já está em marcha. Foi assinado na manhã desta quarta-feira entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Associação Turismo de Lisboa (ATL) um protocolo de cooperação para o estudo e desenvolvimento da Rede que vai ligar a margem Norte e Sul de Lisboa. Com este projeto, está prevista a instalação, reabilitação e utilização progressiva de pontos e cais de acostagem para possibilitar uma mobilidade mais alargada de pessoas no rio e complementar a rede de transportes públicos já existente.

A vereadora da CML, Teresa Leal, foi a responsável pela idealização deste projeto. “Todos nós queremos que o Tejo seja uma via estruturante para a cidade de Lisboa e para ligar a outras cidades desta margem (Norte) mas também a outras da margem Sul”, diz a responsável, acrescentando que este projeto é uma “ambição de todos os portugueses desde há muito tempo”. A vereadora classifica o rio Tejo como algo de “enorme importância no plano da mobilidade no passado” e que “hoje ainda pode ter mais importância”.

O projeto prevê a implementação de uma via estruturante através do rio (Tejo), permitindo intensificar uma rede de transporte público ou privado, turístico e de lazer, coletivo ou individual, entre vários pontos da frente ribeirinha que “possa ligar desde Algés até ao Parque das Nações” mas também “alargar esta iniciativa a outros municípios adjacentes”. Relativamente à outra margem, a vereadora sublinha a ambição na “promoção do desenvolvimento e da coesão territorial e social”, aproximando as “duas margens do Tejo”, e criar “condições  de circulação entre as várias cidades da Margem Sul”.

A Rede Cais do Tejo estará ainda disponível a outros operadores interessados. Segundo Teresa Leal, o projeto prevê promover novas formas de economia ao permitir “intensificar, flexibilizar e convidar a iniciativa privada”. As plataformas como a Uber ou o Táxi “já mostraram interesse” no projeto, destaca. Outro objetivo é “dinamizar” e “convidar a sociedade civil a utilizar mais as soluções de navegabilidade do Tejo”, acrescenta. “As bases estão lançadas. Hoje é o primeiro  dia do resto de implementação deste projeto”, diz Teresa Leal, acreditando que, “no próximo verão, espero conseguir apanhar um Uber ou um Táxi fluvial para ir jantar a outro lado da margem”.

A Rede Cais do Tejo vai ser implementada de forma faseada e progressiva. Numa primeira fase vai aproximar pontos de interesse e ligar os municípios de Lisboa, Almada, Seixal, Barreiro e Montijo. A rede é evolutiva e, no futuro, os concelhos de Oeiras, Loures, Alcochete, Moita e Vila Franca de Xira irão integrá-la.

O ponto central da Rede Cais do Tejo será na Estação Sul e Sueste, no Cais de Lisboa recentemente apresentado, sendo que estão previstos quatro cais principais em Belém, Parque das Nações, Montijo e Cacilhas, um projeto especial para o Cais da Matinha e sete cais complementares no Cais do Gás, Alcântara, Ginjal, Trafaria, Porto Brandão, Seixal e Barreiro.  

A Administração do Porto de Lisboa e a Transtejo são parceiros do projeto. Nos termos do protocolo, até ao final do primeiro trimestre, a ATL terá de apresentar à CML uma proposta para concretização do projeto Rede Cais do Tejo que inclui um plano de negócios e uma proposta de financiamento e calendarização.