A faturação dos negócios em Portugal aumentou 32,2% este verão face ao mesmo período do ano passado, de acordo com o REDUNIQ Insights, o relatório da REDUNIQ, que analisa a evolução dos pagamentos por cartão efetuados no país. Depois de um primeiro semestre em que o turismo impulsionou uma subida de 45% da faturação com cartões nacionais e estrangeiros, em comparação com o período homólogo, a recente época de férias mantém a mesma tendência de recuperação, com a faturação por via de cartões nacionais a aumentar 19,6%.
Contudo, foi o regresso dos turistas estrangeiros ao território nacional que proporcionou uma melhor performance dos negócios portugueses, tendo a faturação dos negócios por cartões estrangeiros aumentado 82,5% no período entre 1 de julho e 15 de setembro, quando comparado com o mesmo intervalo de 2021. Deste grupo, o destaque vai para os franceses, que apesar de terem diminuído 7 pontos percentuais de peso no total da faturação estrangeira, continuam a representar a maior fatia do consumo estrangeiro em Portugal (18% do total). Atrás surgem o Reino Unido (com 14% do total da faturação estrangeira), a Irlanda (com 11%), os Estados Unidos (com 10%), e Espanha (com 9%).
Os números apresentados acompanham as estimativas recentemente divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Banco de Portugal, que revelam, só no mês de julho, um aumento de 205,2% no número de hóspedes não residentes em Portugal face ao a julho de 2021, um cenário que contribuiu para que julho de 2022 se tornasse o melhor mês de sempre, em número de hóspedes e de dormidas em Portugal.
Já quando analisado o valor médio de compra, os dados da REDUNIQ demonstram que são os irlandeses aqueles que gastam mais nas férias em Portugal, numa média de 112€ por transação. Os Estados Unidos são o segundo país com o valor de compra médio mais elevado, cerca de 71€. Reino Unido, França e Espanha apresentam um perfil de compra semelhante nestes meses, com um valor de compra média de 48€, 46€ e 40€, respetivamente.
Segundo Tiago Oom, diretor comercial da UNICRE e porta-voz oficial do REDUNIQ Insights, “os resultados obtidos pelos negócios durante os meses de verão são o reflexo de um conjunto de fatores impulsionadores do aumento da faturação. Desde logo, o facto de este ter sido o primeiro Verão sem a aplicação de restrições à circulação de cidadãos entre países derivado do controlo da pandemia de Covid-19, o que originou uma maior confiança dos consumidores (nacionais e estrangeiros) a regressar aos principais pontos turísticos do país. Em paralelo, Portugal está neste momento a colher os frutos de uma forte aposta, a nível de investimento e de promoção, no turismo, sobretudo para atrair o turismo externo. Por fim, o próprio cenário inflacionista tem promovido o aumento generalizado de produtos e serviços ligados ao setor turístico, o que acaba por também contribuir para o crescimento da faturação destes negócios”.
Já quando analisada a performance dos diferentes setores de atividade, e considerando a faturação total dos negócios (via cartões nacionais + internacionais), o REDUNIQ Insights demonstra um aumento generalizado da faturação nos negócios tipicamente associados ao turismo: enquanto o rent-a-car cresceu 85% face ao período homólogo, a hotelaria e a restauração aumentaram a sua faturação em 71% e 50%, respetivamente. Tal como registado nos resultados globais dos negócios em Portugal, também o elevado aumento da faturação das atividades turísticas está associado ao regresso dos turistas estrangeiros a Portugal, tendo estes contribuído para aumentar em 117% a faturação da hotelaria, em 110% a faturação do rent-a-car, e 98% a faturação da restauração.
Em contrapartida, o consumo nacional em hotelaria registou um decréscimo de 6% face ao período homólogo, um resultado que, segundo Tiago Oom, “se poderá justificar com uma contenção dos gastos das famílias portuguesas face ao crescimento da inflação”.
Numa análise geográfica, os distritos mais turísticos, nomeadamente Lisboa, Açores, Faro, Madeira e Porto, apresentam todos valores de faturação superiores ao mesmo período do ano passado, com crescimentos de 43%, 36%, 36%, 32% e 28%, respetivamente. Especificamente quanto ao consumo estrangeiro, o destaque vai para Lisboa e Açores, que apresentam uma variação mais significativa, registando um aumento de faturação de 125% e 103%, respetivamente.