Reeleito presidente da CTP, Calheiros compromete-se: “Turismo estará sempre primeiro”

Francisco Calheiros, reeleito presidente da Confederação do Turismo Português (CTP) para o triénio 2018-2021, afirmou ontem, perante uma sala cheia, o compromisso de que, “independentemente das dificuldades que possam surgir, das batalhas que tiver de travar, dos obstáculos e imprevistos que aconteçam”, consigo “o turismo estará sempre primeiro”.

Calheiros falava na tomada de posse dos órgãos sociais da CTP, numa cerimónia que decorreu, nesta segunda-feira, no hotel Ritz Four Seasons em Lisboa e que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ex-chefe do Governo, Pedro Passos Coelho. “O futuro do turismo, ao contrário do que alguns possam pensar, não está assegurado”, admite Francisco Calheiros, reconhecendo que, “como todas as atividades económicas, está sujeita a ciclos – de prosperidade, de recessão e de retoma”.

Os sete desafios que Francisco Calheiros quer resolver
O presidente da CTP considerou que, o facto do setor se encontrar numa fase de expansão, “não invalida que não haja problemas para resolver ou cenários para antecipar”, mas mostrou-se determinado não só em “consolidar a força do turismo na atualidade, mas também prepará-lo para o futuro”. Para Francisco Calheiros “o crescimento sustentado da actividade turística exige atenções redobradas”, pelo que a CTP definiu sete áreas “estratégicas e prioritárias” para este mandato:  transportes e acessibilidades; legislação laboral; fiscalidade; recursos humanos; competitividade; afirmação do turismo no espaço europeu; e associativismo.

No seu discurso de tomada de posse, Calheiros manifestou preocupação sobre a questão do aeroporto de Lisboa. O líder da CTP lembrou que a ANA – Aeroportos de Portugal informou recentemente o Governo que atingiu em 2017 todas as metas de capacidade no aeroporto de Lisboa ao chegar aos 26 milhões de passageiros e mais de 185 mil movimentos. “Estes são mais uns números recorde que, em circunstâncias normais, nos deixariam orgulhosos, mas, infelizmente, a nossa preocupação cresce na proporção do número de passageiros e de movimentos”, ironizou.

“Diz-se que falta o estudo de impacto ambiental, que há a possibilidade de subida do nível médio do mar e que até o Cristo Rei pode constituir um entrave às aterragens. Diz-se demasiado. Há muito ruído, para apenas uma certeza: como está, não pode continuar”, disse ainda. Francisco Calheiros indignou-se: “Não contem com a CTP para adiar mais esta ameaça ao turismo e ao país”.

António Costa pede consenso político sobre novo aeroporto internacional
A resposta do primeiro-ministro não tardou. “Importa concentrarmo-nos no futuro e recuperar o tempo perdido, assegurando rapidamente a solução duradoura, politicamente consensual, para dotarmos o país de um aeroporto internacional com a capacidade que o crescimento do tráfego aéreo necessariamente impõe”, defendeu António Costa no encerramento da sessão solene da tomada de posse da CTP.

Neste sentido, o chefe do executivo reiterou o “quanto é absolutamente essencial para grandes investimentos públicos o país ser capaz de construir consensos políticos alargados”. “Cada decisão de fazer ou de não se fazer não será uma decisão cujo efeito se esgote na conjuntura em que é tomada, mas que duramente se projeta para décadas e séculos posteriores”, avisa.

No que se refere à solução base assumida pela ANA – Aeroportos de Portugal e pelo Estado português relativamente ao Montijo, entende que deve fundamentar-se em “todos os estudos necessários para que não haja dúvidas, hesitações e se tomem as decisões que urgem tomar para tão rapidamente quanto possível fazermos aquilo que já estamos atrasados: dotar o país de um novo aeroporto internacional com a capacidade que o pais carece”.

António Costa acredita que o turismo em Portugal ainda tem margem para crescer. O primeiro-ministro não quis deixar de aproveitar a ocasião para congratular-se pela abertura, nos últimos dois anos, de 104 novas rotas e operações no período de inverno e 42 no período de verão.

Na cerimónia, estiveram também presentes a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, e o ministro da Economia, Caldeira Cabral.

A lista completa dos órgãos sociais da CTP 2018-2021:
Conselho diretivo
Presidente: Francisco Calheiros (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo);
Vice-presidente: Elidérico Viegas (Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve);
Vice-presidente: Raul Martins (Associação da Hotelaria de Portugal);
Vice-presidente: Carlos Moura (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal);
Vice-presidente: Jorge Armindo Teixeira (Associação Portuguesa de Casinos);
Vice-presidente: Rodrigo Pinto de Barros (Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo);
Vice-presidente: Vítor Costa (Associação Turismo de Lisboa);
Vogal: José Luís Arnaut (ANA – Aeroportos de Portugal, S.A.);
Vogal: António Marques Vidal (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos);
Vogal: Paulo Moura (Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor);
Vogal: António Loureiro (Galileo Portugal, Lda.);
Vogal: Manuel Proença (Hoti Hotéis, SGPS, S. A.);
Vogal: Antonoaldo Neves (TAP, Transportes Aéreos Portugueses, S. A).

Mesa da Assembleia Geral
Presidente: José Castelão Costa (Sociedade Grupo Pestana, SGPS, S. A);
Vice-presidente: Francisco Coelho (Turismo dos Açores/ Associação Turismo dos Açores);
Vogal: Adília Lisboa (Associação Regional dos Hoteleiros de Cascais e Estoril, Sintra, Mafra e Oeiras).

Conselho Fiscal
Presidente: Jorge Rebelo de Almeida (Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S. A.);
Vice-presidente: Sérgio Miguel Sousa Gonçalves (Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira);
Vogal: Francisco Lopes (Minor Continental Portugal, S.A.).