“Regulador” é uma nova palavra a incorporar no ADN do Turismo de Portugal

Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, durante a apresentação dos dados obtidos pela plataforma Hotel Monitor da Associação dos Hotéis de Portugal relativos ao ano passado, comentou o estudo, que resultou de parceria com a MKG, assim como a missão do Turismo de Portugal, que tem nova equipa de administração.
Das apresentações feitas, na ocasião, a responsável reteve alguns dados que salientou:  “Número um, só em 2015 a hotelaria consegue ultrapassar o RevPar de 2007. Número dois: a receita média por hóspede na hotelaria ainda está neste momento aquém da receita média de 2008. Número três: a estada média na hotelaria ainda é inferior a dois dias. Número quatro: as grandes assimetrias regionais, que aliás foram frisadas pelo presidente da Associação de Hotelaria de Portugal”.
Sendo assim Ana Mendes Godinho considera que “cada vez mais temos de nos concentrar naquilo que tem de ser a nossa missão e nos grandes objetivos que temos de ter e, portanto, também compararmos com os nossos destinos concorrentes”. A responsável considera que “isso foi importante para perceber o nosso posicionamento relativo e perceber como é que estamos a crescer face aos outros países, e também perceber porque é que estamos a crescer e a aproveitar, nomeadamente, os desvios da procura. Não podemos criar redomas sem olharmos para o resto do mundo. É, de facto, essencial perceber quais são os nossos fatores críticos e perceber onde é que temos de apostar para prosseguir aquilo que são os nossos objetivos”. Sendo que importante para a secretária de Estado do Turismo é que, para além “percebemos que as perspetivas, nomeadamente, dos hotéis que participaram no barómetro para 2016 são boas, nomeadamente, 70% acreditam que as taxas de ocupação e do RevPar serão melhores em 2016, mas é preciso, de facto, garantir que isto acontece e que em 2017 o percurso continua ainda melhor”.
Olhando para o futuro Ana Mendes Godinho afirma que “é preciso cada vez mais trabalharmos nas nossas fragilidades, não é só pensarmos que estamos bem e não fazer nada à espera que tudo aconteça por acaso”. E esta tarefa deve ser partilhada e assumida pelo Turismo de Portugal, de acordo com a responsável. Sendo que “aquilo que eu transmito ao Turismo de Portugal é que seja o chip diário do setor. Tudo o que nós façamos, que o façamos no sentido de trabalhar para garantir que existe acesso a Portugal, que as pessoas conseguem chegar a Portugal e que consigamos acrescentar valor a quem visita Portugal e, portanto, consigamos aumentar os gastos dos turistas em Portugal, que consigamos aumentar as razões para que os turistas fiquem em Portugal, e, portanto, garantir que a estada média aumente e trabalhar todos os dias na capacidade de criar argumentos para a desconcentração dos nossos turistas, quer a nível regional, quer a nível sazonal”.
Para a responsável “o papel do Estado é muito esse e eu peço que o Turismo de Portugal interiorize este chip diariamente em tudo o que faz: cada vez mais ser parceiros, parceiros com o setor privado, trabalhando nas acessibilidades, na globalização das empresas e no seu financiamento”.
Ainda relativamente ao Turismo de Portugal, a secretária de Estado do Turismo, lembrou que “o Turismo de Portugal, porque tem conhecimento do terreno, deve ser aquele instrumento que consegue descomplicar a sua própria vida, mas também a vida das empresas”.
A secretária de Estado do Turismo avança então com uma nova missão para o Turismo de Portugal, tendo em conta o histórico do organismo: que assuma “um papel sério na regulação”. Neste sentido, “aqui temos estado a fazer um trabalho intenso com as associações, mas também com as entidades fiscalizadoras, sendo que o desafio é também mudar o paradigma das entidades fiscalizadoras”. Para a oradora, “as entidades fiscalizadoras podem ter aqui um papel de cumprimento do regulamento, por serem elas a ajudar a cumprir, portanto, no sentido delas próprias reconhecerem com transparência e dizerem quem fiscalizou, aquilo que vão fiscalizar, para que o mercado saiba as regras que tem de cumprir e ensine o mercado a cumprir, mas também tem ter uma mão forte relativamente a quem não cumpre”. Ana Mendes Godinho salienta que “se cada vez mais queremos que as regras sejam simples, elas são simples, então todos têm de cumprir”.