Reino Unido impõe quarentena de 14 dias para quem entre no país mas pondera criar “pontes aéreas” com alguns países

Todas as pessoas que entrem no Reino Unido e que sejam provenientes do estrangeiro são, a partir de hoje, obrigadas a uma quarentena de 14 dias para conter a Covid-19, medida que as companhias de aviação e de turismo contestam. A quarentena implementada vai ser analisada pelas autoridades britânicas de três em três semanas e tem como alvo os viajantes que entrem no país, residentes ou não no Reino Unido.

O país regista o segundo balanço mais elevado de mortes pela doença, a nível global, a seguir aos Estados Unidos. E, segundo as autoridades, a medida pretende evitar a importação de novos casos de Covid-19, numa altura em que as restrições começam a ser levantadas.

“Vamos introduzir a quarentena porque o número de infeções diminuiu no Reino Unido, mas a proporção de infeções provenientes do estrangeiro aumentou”, disse o ministro da Saúde, Matt Hancock, à estação de televisão Sky News. “Na verdade, espero que as pessoas possam usar um avião para irem de férias no verão, mas nós devemos começar a adotar medidas prudentes”, acrescentou.

Controlos aleatórios serão realizados e os infratores serão sujeitos a multas de até 1.000 libras (1.122 euros). Estão previstas exceções para transportadores rodoviários, profissionais de saúde, colhedores de fruta e viajantes provenientes da Irlanda.

A medida está a ser contestada pelo setor do turismo e da aviação. As companhias aéreas British Airways, EasyJet e Ryanair pediram no domingo ao Governo que renuncie a esta “quarentena ineficaz que terá um efeito devastador no turismo britânico e destruirá (…) milhares de empregos”.

O governo de Boris Johnson pondera instaurar pontes aéreas com alguns destinos turísticos, o que permitiria contornar a quarentena.

Portugal já anunciou estar em conversações com o Reino Unido para estabelecer uma “ponte aérea” que permita aos turistas britânicos evitar a quarentena imposta no regresso ao seu país.

Segundo o Sunday Times, o primeiro-ministro britânico pediu ao ministro dos Transportes que encontre uma solução antes de junho.