Relatório da WTTC analisa fatores críticos para o investimento hoteleiro pós-pandemia

A WTTC publica hoje um novo relatório – “Critical Factors to Attract Hotel Investment” – que realça a importância de atrair investimento para permitir o crescimento do setor do turismo pós-Covid-19, após uma queda de 25% em 2020.

O relatório, lançado hoje na Cimeira de Investimento e Sustentabilidade que decorre em San Juan, Puerto Rico, analisa os principais fatores catalisadores do investimento hoteleiro e histórias de sucesso de destinos que recorreram a esses fatores e demonstraram um forte crescimento do investimento.

Em 2020, quando as viagens internacionais praticamente pararam, o setor turístico assistiu à perda de 62 milhões de postos de trabalho e o seu contributo para o PIB reduziu-se a metade, representando uma perda dolorosa de quase 4,9 triliões de dólares.

Segundo o estudo, o investimento no setor também diminuiu substancialmente durante o pico da pandemia, de quase 1,1 triliões de dólares em 2019 para somente 805 mil milhões de dólares em 2020, uma queda de quase 25%.

O investimento no setor continuou a cair no ano passado com mais uma descida de 6,9% para 750 mil milhões de dólares.

O relatório dá no entanto motivo para estarmos otimistas já que prevê um forte crescimento do investimento no turismo na próxima década. Contudo, a WTTC alerta que para se atingir esta estimativa, os governos de todo o mundo devem criar um ambiente favorável.

Além da estabilidade política e da liquidez, consideradas essenciais para o investimento, uma ação e apoio governamentais abertos e consistentes, incentivos fiscais favoráveis e segurança, entre outros, continuam a ser pré-requisitos para atrair investimentos hoteleiros.

Julia Simpson, presidente e CEO da WTTC, afirma: “O investimento hoteleiro é absolutamente essencial para a recuperação e crescimento do setor do turismo. Os destinos devem ter um compromisso claro e uma abordagem holística para se tornarem resilientes e competitivos. À medida que recuperamos da pandemia e voltamos a reconstruir juntos, os investimentos não só precisam de beneficiar os destinos economicamente mas, e mais importante, social e ambientalmente”.

De acordo com o relatório, os fatores chave para o investimento hoteleiro incluem a governança e um Estado de direito, impulsionadores dos investidores, já que determinam o sucesso e facilidade operacional de uma atividade, infraestrutura física, conectividade aérea e terrestre, e mão de obra.

O estudo analisou alguns destinos populares que beneficiaram da implementação destes elementos. Por exemplo, os Países Baixos proporcionam um ambiente favorável ao investimento estrangeiro com regulamentações menos restritivas e leis severas para penalizar a corrupção.

A infraestrutura física, conectividade terrestre e aérea também são cruciais para o investimento com os hubs com boas conexões a sustentarem o desenvolvimento regional e a proporcionarem o acesso a destinos menos conhecidos que oferecem oportunidades turísticas.

A Coreia do Sul, por exemplo, está classificada como um dos países mais bem conectados do mundo. O anúncio do país como anfitrião do Jogos Olímpicos de Inverno 2018, incentivou o investimento em infraestruturas de transportes, que resultou no crescimento da oferta de quartos de hotéis em quase 15%, ultrapassando o crescimento do investimento global do turismo de 8,7% em 2017.

O relatório também destaca a importância de dar novas competências e qualificações à mão de obra. Nesta área Portugal está como líder, focando nas estratégias que ajudam a requalificar o setor, tais como o programa de Formação de Talento no Turismo, empenhado em melhorar a qualidade dos serviços de formação turísticos.

Alguns fatores adicionais e histórias de sucesso no relatório incluem liquidez nas Maldivas, apoio governamental na Arábia Saudita, impostos na Colômbia, planeamento de destino e sustentabilidade em Singapura e no Ruanda, cultura de serviço nas Filipinas e facilitação de viagens em Aruba.