A Lusanova espera ultrapassar os 30 milhões de euros de vendas ao longo de 2019, com as reservas para o próximo verão a registarem um aumento entre os 10 e os 15% face ao ano passado. “Temos tido um bom aumento em relação a dois produtos chave da Lusanova, que são os Circuitos Europeus e os Grandes Destinos”, revela Daniel Marchante, diretor operacional da Lusanova, em conversa com a Ambitur.pt.
Nos Grandes Destinos internacionais da Lusanova destaca-se o continente asiático, nomeadamente, países como o Vietname, Camboja, Índia e China. Também os combinados com o Dubai, com a Emirates Airlines, registam grande procura.
Por outro lado, um dos destinos em queda é a América do Sul, sobretudo o Brasil, onde “em cada ano se nota menos procura porque os preços estão caros. O Brasil hoje em dia é caro para os portugueses”, adianta o responsável. Já a operação para a América do Norte mantém-se bem fruto dos diversos voos com destino aos EUA e Canadá.
No âmbito nacional, o destaque vai para as Excursões Ibéricas, uma das matrizes da Lusanova, que passam a dividir-se em três segmentos: os circuitos “clássicos” regulares entre Portugal e Espanha, e nos quais a Lusanova baseia a sua operação do mercado brasileiro; os circuitos temáticos como a Rota dos Escritores e a Festa da Cereja; e, um novo segmento, que são os circuitos turísticos que se revelam mais económicos.
Maior conhecimento dos destinos
Daniel Marchante nota que os clientes têm cada vez maior conhecimento dos destinos e que sabem perfeitamente aquilo que querem. “Nota-se que as pessoas procuram descobrir, mesmo na Europa, novos países que pouco a pouco se vão abrindo ao turismo”, como é o caso dos Balcãs, Albânia, Macedónia e Montenegro, por exemplo. Outros destinos, mais longínquos, são a Geórgia, Azerbaijão, Arménia e o Irão.
“Nós não trabalhamos muito a área da praia. A nossa ‘praia’ é mais o aspeto cultural e nota-se que as pessoas têm muita preocupação pela parte cultural. Procuram e gostam de conhecer destinos culturais de grande interesse”, realça o responsável, acrescentando que o mercado português é dos que mais valoriza a componente cultural. Além disso, hoje em dia, “há uma malha aérea que permite ir a quase todos os lugares”.
Um aspecto crucial, para o operador, é a relação com os agentes locais: “Uma das nossas grandes preocupações, sobretudo nos destinos mais exóticos, é trabalhar com o melhor agente local para não termos surpresas nem problemas. Pode não ser o mais barato, mas que seja o melhor e que possa dar suporte total ao passageiro.”
O desafio da nova lei do consumidor
Quanto à capacidade aeroportuária, o diretor operacional garante que “sabemos das dificuldades que existem em relação ao aeroporto de Lisboa mas também sabemos que não podemos ficar presos a essa condicionante porque senão não temos evolução”. Assim, a Lusanova tenta explorar as vias de ligação em todas as cidades europeias “onde se possa chegar a qualquer outro destino” sem ficar ‘presa’ a apenas uma companhia aérea.
Como outros desafios, que se avizinham, o responsável avança os recentes casos da falência da Jet Airways e os atentados no Sri Lanka, pelo que “ajustar a operação à nova lei [do consumidor] é uma realidade com a qual temos de viver”. “É preciso ter melhores correspondentes locais, é preciso ter mais formação a nível do staff, para que se possa saber o que se pode e não pode fazer, os cuidados que se tem que ter em função daquilo que a lei, hoje em dia, nos obriga a fazer”, especifica.
No entanto, na sua opinião, a nova lei do consumidor vem credibilizar o trabalho do operador turístico. “O operador não pode ser visto sempre como uma entidade que está para enganar as pessoas ou para que o produto turístico seja sempre visto de forma positiva. Aquilo que nós queremos é que o passageiro possa viajar, que não tenha problemas, que volte feliz. É por isso que o nosso lema este ano é ‘férias são férias’. É para usufruir”, termina.