Restauração recupera 54% de faturação na reabertura

REDUNIQ, a maior rede de aceitação de cartões nacional, acaba de divulgar os dados referentes à evolução das transações dos negócios portugueses na terceira semana de desconfinamento em Portugal.

Segundo o documento elaborado pelo REDUNIQ Insights, o início da segunda fase do plano de desconfinamento português trouxe uma subida tanto no número total de transações como na faturação total, 10,5% e 7,9%, respetivamente, face à semana de 10 a 16 de maio. Ao nível de faturação global, o valor registado representa já 73% do total alcançado na primeira semana de março, o que, para o diretor da REDUNIQ, Tiago Oom, “reflete uma crescente recuperação da atividade económica em Portugal, que acabou por ser impulsionada na semana passada pela reabertura de mais 5.700 pontos de venda, em parte estabelecimentos de restauração”.

Em relação à evolução transacional dos diferentes setores de atividade, o grande destaque vai para a restauração, que retomou a sua atividade no dia 18 de maio. Na sua primeira semana de atividade, este setor registou mais 65% de estabelecimentos abertos em relação à semana anterior, tendo estes conseguido aumentar em mais de 54% a faturação global desta atividade. Apesar disso, este valor representa apenas 40% da faturação no período pré-pandemia, um cenário que, de acordo com Tiago Oom, se justifica por três fatores essenciais: “Pelo facto de ainda 30% dos restaurantes e cafés não terem retomado a sua atividade; porque provavelmente existe ainda algum receio por parte da população em frequentar este tipo de estabelecimentos, mesmo que estes tenham agora de cumprir um conjunto de medidas de segurança e higienização para prevenir possíveis contágio do vírus; bem como pelo ‘desaparecimento’ de turistas que representavam uma fatia importante do consumo em restauração.”

Sobre as próximas semanas deste setor, Tiago Oom perspetiva que “se poderá assistir a um aumento da faturação em terminais de pagamento automático (TPA), por força da desmaterialização de um conjunto de pagamentos que antes da pandemia eram efetuados com dinheiro vivo, assim como a um crescimento da faturação de alguns players que têm a opção de delivery (entrega ao domicílio), uma vez que esta modalidade tem vindo a ganhar cada vez mais expressão junto do consumidor português”.

Outra área que demonstrou também uma evolução positiva na última semana é o Retalho Alimentar Tradicional, que da semana de 10 a 16 de maio até à semana de 17 a 23 de maio aumentou em 19% a sua faturação, assim como o número de transações também cresceu 19% no mesmo período, “um claro reflexo da normalização da vida de bairro”, explica Tiago Oom. Por outro lado, os hiper e supermercados têm evidenciado uma enorme estabilidade ao longo das 3 semanas de desconfinamento, sendo que a sua faturação total representa agora 94% do total registado no período pré-pandemia, enquanto que o número de transações alcança 77% do total alcançado nesse mesmo período anterior à surto de coronavírus em Portugal.

Com uma igual tendência de crescimento está o setor da moda, que, apesar de não sentir o efeito da reabertura dos centros comerciais, cresceu 113% face à segunda semana de desconfinamento, tendo no passado dia 23 de maio (sábado) atingido um pico de faturação, que representou 68% do valor base de referência (o total de faturação atingido na primeira semana de março), em comparação com a média de 44% do valor base de referência observada ao longo da semana.

Da mesma forma as gasolineiras têm vindo a crescer em faturação consoante a retoma dos fluxos de mobilidade da população e das empresas, uma tendência que, para Tiago Oom, “se prevê manter-se estável nas próximas semanas e que possa vir a acelerar com o regresso de algumas atividades na terceira e última fase de desconfinamento”. Em termos de valores, da segunda para a terceira semana de desconfinamento, este setor cresceu 14% em faturação, tendo no dia 23 de maio alcançado pela primeira vez desde o fim do Estado de Emergência cerca de 90% dos níveis faturados no período pré Covid-19.

Tiago Oom destaca ainda algumas dinâmicas noutros setores já com atividade: “Enquanto que os cabeleireiros estão a estabilizar a sua atividade (atualmente com 97% do total faturado no período pré-pandemia), a saúde e as papelarias e tabacarias têm evidenciado uma contínua capacidade de recuperação (mais 18% e 25%, respetivamente, em relação à semana de 10 a 16 de maio), que se prevê prolongar-se no futuro próximo, sobretudo no caso da saúde. Por outro lado, a cosmética e as perfumarias demonstram uma menor capacidade de recuperação, tendo estagnado num nível que equivale a uma perda de 80% face ao período pré Covid-19.”

Já a nível distrital, a faturação global encontra-se dividida entre os distritos com maior resiliência em relação à quebra da atividade económica, nomeadamente os distritos de Bragança, Vila Real, Santarém, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja, e os distritos com maior atividade turística e que sentiram a redução de decréscimo da mobilidade de pessoas e do consumo, sendo estes Lisboa, Porto, Faro, Madeira e Açores. Enquanto Portalegre foi o primeiro distrito do país a registar na última semana valores de faturação iguais ao atingido no período pré-pandemia (1 a 7 de março), e com um crescimento da faturação global em 9% face à semana de 10 a 16 de maio, já Lisboa mantém os seus valores de faturação muito abaixo do que foi registado na primeira semana de março, o que representa quebras de faturação na ordem dos 38% (na semana de 10 a 16 de maio esta quebra chegava aos 44%).

Por fim, uma clara tendência de crescimento neste período de retoma económica é ainda o aumento da faturação através do contactless, que representa agora um valor 59% superior ao registado na primeira semana de março. Já entre as semanas de 10 a 16 de maio e 17 e 23 de maio, a faturação alcançada através das transações efetuadas com esta tecnologia é de mais 11%, um valor que representa um total de 22,95% da faturação total dos negócios portugueses com aceitação de pagamentos da REDUNIQ.