#Retoma: “Confiança, Fidelização e Marca”, três palavras-chave nesta fase

Quais os perigos inerentes à retoma da atividade turística e de que forma terão as empresas do setor de atuar a nível da gestão são questões que se colocam neste momento. Ambitur.pt falou com António Trindade, presidente do Grupo PortoBay Hotels & Resorts, que tem consciência de que este é um momento “único” que “exige de todos os habitantes deste planeta uma resposta e uma assunção de responsabilidade máxima”. Para o gestor, não se trata apenas de preparar para a retoma mas de “saber sobretudo como é que as empresas chegarão no entretanto lá”.

O responsável explica que se, numa primeira fase, a maioria dos países priorizou o tratamento e possível contorlo sanitário e profilático, “com o evoluir dos «dias» as nuvens negras da economia ameaçam com uma situação desesperante”. É que além das responsabilidades financeiras que as empresas têm, o peso do factor “trabalho” é muito elevado – “e não nos podemos esquecer o que a hotelaria representa, também, como empregador”. António Trindade não duvida de que “sem receitas e sem um apoio garantido e mais prolongado, em ambiente de lay- off, haverá, a muito curto prazo, uma redução enorme da oferta turística e, como tal, um adensar de uma falta de ‘confiança’ nos nossos produtos, sejam eles hotéis, restaurantes, agentes de viagens, etc.”

E prossegue dizendo que aqueles que conseguirem ultrapassar esta “turbulência única” serão então confrontados com um ambiente à escala global onde além do fator preso, que terá, segundo o empresário, o seu peso, haverá ainda outros fatores diferenciadores que determinarão as escolhas de quem decidir visitar-nos. “Confiança, Fidelização e Marca serão, julgo eu, três palavras que se ouvirão muito num ambiente de retoma”, sublinha.

Questionado sobre se esta nova realidade implicará novas estratégias de gestão e controlo, António Trindade acredita que “terá sobretudo de haver uma atitude completamente diferente em termos de Yield Management, e aí julgo que um grande desafio se irá colocar na relação entre os hotéis, OTAs e operadores turísticos pois, além do preço, o fator tempo de reação será cada vez mais «diferente»”.

O presidente do Grupo PortoBay não deixa porém de passar uma mensagem de esperança e de confiança a todo o setor: “Acredito na Ciência e nas qualidades do ser humano”, revela. E adianta que “estou totalmente convencido que o aparecimento de uma vacina, de um tratamento abrangente, marcarão o volte face desta situação”. Mas realça ainda que “uma garantia de acessos a testes e de aferição de imunidades, darão pistas para uma nova maneira de enfrentar o vírus, nomeadamente no ultrapassar o medo de «viajar»”.