Retoma exige “parcerias público-privadas, valorização da profissão e capital humano qualificado”

Numa altura em que a retoma do Turismo parece estar realmente a acontecer, Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, não deixa de sublinhar o quão importante é continuar a existir a “parceria profícua” entre público e privado. Mas, nesta retoma, há problemas estruturais que o Turismo enfrenta há anos, os quais a governante não quis deixar passar: “a falta de capital humano e a valorização dos profissionais e da profissão”.

Foi com base nestas três “mensagens” que Rita Marques centrou o seu discurso na sessão que marcou a abertura do XVIII Congresso Nacional ADHP (Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal) que decorre na Escola Superior de Hotelaria e Turismo, em Vila do Conde, entre os dias 31 de março e 2 de abril.

[blockquote style=”1″]“Tenho dito e repito que nunca quisemos só sobreviver; queremos liderar”.[/blockquote]

Relativamente à importância das parcerias público-privadas, a dirigente lembra que, apesar do período extremamente sofrido, o turismo nunca desistiu: “Tenho dito e repito que nunca quisemos só sobreviver; queremos liderar”. E é com base nesta premissa que Portugal é, hoje, reconhecido como a “melhor marca turística do mundo” de 2020: “Fomos o primeiro país do mundo a lançar, quando, em março, fechámos as fronteiras, a primeira campanha mundial a apelar para ficar em casa, a criar o selo «Clean&Safe» e a conseguir formar 50% (188 mil) dos profissionais do turismo durante os dois anos de pandemia”, exemplifica. É nesta “criatividade” que vai surgindo no setor de ser o primeiro a “atacar em determinada frentes”  que Rita Marques acredita e que resulta “apenas e só” da parceria entre privado e públicos: “Esta parceria tem de continuar a ocorrer”.

[blockquote style=”1″]“Temos que acolher alguns cidadãos internacionais que possam estar disponíveis para também trabalhar neste setor, mas temos que qualificar esses profissionais e não podemos perder o foco em que o objetivo continua a ser crescer em valor e entregar um serviço de excelência”. [/blockquote]

Já sobre a falta de capital humano, este é um problema que, de acordo com a responsável, existe em várias geografias e cuja solução passará por “melhor debelar” as fragilidades: “Temos que acolher alguns cidadãos internacionais que possam estar disponíveis para também trabalhar neste setor, mas temos que qualificar esses profissionais e não podemos perder o foco em que o objetivo continua a ser crescer em valor e entregar um serviço de excelência”. 

Na valorização dos profissionais do Turismo, Rita Marques apela ao “esforço” por parte do tecido empresarial: “Sabemos bem que as condições remuneratórias, muitas vezes, não são as ideais e ficam muito abaixo da média nacional do que outros setores de atividade”. Por isso, o esforço deve centrar-se em “incentivar também financeiramente todos os profissionais para que se possam sentir realizados”. E a prioridade não pode ser esquecida: “Temos que valorizar os profissionais e as profissões do nosso setor, garantindo que há uma progressão de carreira interessante porque só assim é que conseguimos angariar e atrair os melhores talentos”.

[blockquote style=”1″]“Temos que valorizar os profissionais e as profissões do nosso setor, garantindo que há uma progressão de carreira interessante porque só assim é que conseguimos angariar e atrair os melhores talentos”.[/blockquote]

Como nota final, a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, partilha palavras de “esperança, confiança e, sobretudo responsabilidade: “Serão anos difíceis, mas estou confiante que teremos resultados interessantes de que, em breve, nos poderemos orgulhar”.