Rita Marques abraça novas pastas além do turismo com o objetivo “de me multiplicar e não dividir”

“Há um cruzamento de saberes (Turismo, Comércio e Serviços) que só pode ser multiplicador e é esse o objetivo que tenho: o de me multiplicar e não dividir”. Esta foi a resposta que Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, deu sobre a atribuição de mais duas pastas, quando anteriormente se tratava de uma Secretaria exclusivamente dedicada ao Turismo. 

A responsável, que falava aos jornalistas à margem do XVIII Congresso Nacional ADHP (Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal), que decorre na Escola Superior de Hotelaria e Turismo, em Vila do Conde, de 31 de março e 2 de abril, deixou bem claro que, enquanto membro do Governo, não tem o papel de “comentar as opções políticas do Primeiro-Ministro (António Costa)”, mas sim de “executar, entregar e garantir que, dentro em breve, teremos mais motores, além do Turismo, como o Comércio e Serviços, a garantir um maior dinamismo” à economia do país. 

Reconhecendo que o turismo é um setor “fundamental para a economia” e que, em 2019, representava “50% das exportações dos serviços em Portugal”, tendo, por isso, dado um  “contributo importante para as exportações de serviços”, Rita Marques deixa bem presente que continuará a dar “toda a atenção que o setor merece e que me mereceu durante estes dois anos”, da mesma forma que “abraço o setor do Comércio e dos Serviços, trabalhando com as respetivas confederações e associações representativas desta importante atividade económica e com os sindicatos, no sentido de garantir que também são um motor importante da nossa economia”. 

À pergunta sobre esta decisão do Governo poder resultar numa certa desvalorização do papel do turismo na economia, a responsável é perentória: “O Turismo, que representa 9% do valor acrescentado bruto, 400 mil trabalhadores antes da pandemia e com uma dinâmica bem conhecida que ajuda na atração de investimento direto estrangeiro, não o posso entender assim”. Aliás, “o país, enquanto destino turístico alavanca também a marca Portugal (e não só o destino turístico)”, afinca.

Já sobre o facto de, no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), desenhado pelo atual ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, não constar qualquer verba para o turismo, Rita Marques recorda que a resposta para ultrapassar essa realidade deu-se com a criação do Plano de Ação “Reativar o Turismo | Construir o Futuro” com um apoio de seis mil milhões de euros: “Portugal foi dos poucos países da União Europeia a criar um plano específico para o turismo”. E o importante, hoje, é executar: “Uma das minhas missões passa, precisamente, pela execução desse plano”. Este plano foi também pensado com o objetivo de alcançar, até ao final de 2022, 85% das receitas turísticas registadas em 2019: “Até à data, continuamos a acreditar que esse objetivo é materialmente possível”. E as perspetivas são boas e encorajadoras nesse sentido: “Tivemos um janeiro, fevereiro e março interessantes”. Voltando àquela que será a visão do atual Ministério da Economia e do Mar, Rita Marques acredita que António Costa e Silva estará “sensibilizado” para a importância do turismo, “até porque tem uma Secretaria de Estado que é justamente do Turismo, Comércio e Serviços”. 

Atrair Talento, Recuperar o Setor, Planear o Futuro” é o mote do 18.º Congresso da ADHP que, ao longo destes dias, vai discutir temas fundamentais da atualidade e do futuro da hotelaria e do sector turístico.