Rita Marques: é necessário “aumentar o nosso posicionamento ao nível da qualidade”

São vários os oradores nacionais e estrangeiros que hoje se reúnem na capital portuguesa para debater as “Chaves para um Turismo Sustentável em Portugal”, na 2.ª edição da Summit Shopping Tourism & Economy Lisboa.

Coube à secretária de Estado do Turismo Rita Marques intervir na sessão de abertura, começando por apontar que a atividade do turismo é um “setor de sucesso em Portugal”: ao nível das receitas, em setembro, “atingimos pela primeira vez os dois milhões de euros”, um número muito próximo dos objetivos definidos na Estratégia do Turismo 2027. Nessa mesma estratégia, está fixado que, em 2027, as “receitas se centrem em 26 milhões de euros”, pelo que “temos aqui um ganho evidente”, acrescenta a responsável. Aquando da elaboração daquele plano, foram identificados três pilares: a sustentabilidade económica centrada nas receitas e dormidas; a sustentabilidade social; e a sustentabilidade ambiental. Quanto ao primeiro pilar, Rita Marques refere que a meta é atingir os 180 milhões de dormidas em 2027, sendo que “já estamos perto dos 60 milhões”. No que concerne ao pilar da sustentabilidade social, a secretária de Estado diz que o turismo “só se faz se for acessível, inclusivo e sustentável”. O objetivo dentro deste pilar é garantir que Portugal seja um dos destinos mais sustentáveis do mundo, traduzindo-se em “consolidar os turistas com os residentes” e “prolongar a atividade ao longo de todo o ano e por todas as regiões”. Já o pilar da sustentabilidade ambiental, Rita Marques diz que o caminho é que o país se deve tornar “repressor no que toca às melhores práticas”, isto é, garantir que toda a oferta esteja “alinhada com as preocupações ao nível ambiental”, acrescenta Rita Marques.

Estamos a entrar numa nova era do Turismo”

Relativamente ao papel do Estado, a dirigente refere a necessidade de “intensificar o trabalho”, principalmente na área das acessibilidades. 

Para Rita Marques, o crescimento “a três dígitos” registado em mercados como o Brasil, Estados Unidos da América (EUA) e a China significa que “estamos a entrar numa nova era do turismo”, havendo a necessidade de “aumentar o nosso posicionamento ao nível da qualidade”. Relativamente a estes três mercados, a secretária de Estado do Turismo destaca o programa “VIP.pt” que “apoia medidas de promoção turística que visam a valorização da oferta turística dirigida a determinadas canais de distribuição”. O programa foi “dotado de 10 milhões de euros” para “acarinhar campanhas de marketing de destinos que são considerado prioritários”. O “VIP.pt” visa trabalhar com operadores aéreos ou entidades regionais de turismo, de forma a “garantir mais rotas de longa distância”. Até ao momento, “as métricas são animadores”: desde 2015, “conseguimos 84 novas rotas”, sendo que “70 ocorreram no verão de 2019”, declara a responsável. 

Para além da aposta nas rotas, Rita Marques destacou o “esforço relevante” na criação de capacidade aérea em época baixa. “Em relação ao inverno de 2018, conseguimos neste inverno 3,2 milhões de lugares adicionais”, refere. A existência de mais voos para destino de longa distância são uma prioridade e, nesta linha, em 2020, “estão previstas 107 rotas semanais contra as 102 que já existem”, assim como um aumento na China, nos EUA e na Coreia. A secretária de Estado considera este último mercado como sendo “importante com uma taxa de crescimento interessante”. 

Outro aspeto sublinhado por Rita Marques foi o período de estadia do turista. Atualmente, o turista fica em média 2,7 dias e o objetivo passa por melhorar o conteúdo através de infraestruturas  que “potenciem fruição cultural e turística das cidades e territórios”. Desta forma, o resultado pretendido é de que o turista “fique mais tempo no território”. O processo já está em curso e espera-se que, “em 2020”, hajam “boas notícias”.