Rotas ecológicas ganham popularidade entre viajantes e operadores turísticos

Os profissionais do turismo estão cada vez mais empenhados em tornar as suas ofertas “mais verdes”.À escala mundial, o transporte aéreo representa 3 % das emissões de CO2 e, tendo em conta os outros contaminantes, representa 5 % das actividades humanas inimigas do ambiente.

“Se não se faz nada para reduzir as emissões ligadas ao transporte aéreo, das quais três quartas partes correspondem a viagens turísticas, as emissões triplicarão em 2050, dada a previsão de aumento do tráfico pelos céus”, alertou Lorelei Limousin, responsável por políticas sobre o clima e os transportes da Rede Acção Clima (RAC), que inclui ONGs como a WWF, a Greenpeace ou a Oxfam.

Os primeiros operadores turísticos que começaram a estar atentos às alterações climáticas e aos seus impactos foram os especializados no turismo de aventura. Em 2010, o grupo Voyageurs du monde (VDM) lançou uma iniciativa para reduzir a sua pegada de carbono. “Calculamos o impacto das viagens em avião de cada cliente, que é quando se produz a maior parte das emissões” explicou Lionel Habasque, director-geral da VDM. Mas, em vez facturar esse custo ao cliente, o grupo diz responsabilizar-se por “uns cinco euros por viagem fora de Europa ou um euro, dentro”.

Já o operador Bali Autrement elegeu facturar aos seus clientes a compensação das suas viagens. Se for o caso, limita-se a voos internos em Indonésia, o que representa um custo adicional máximo de 13 euros por viajante. “Não é obrigatório mas até  hoje todos os nossos clientes participam”, constatou Jér me Leclercq.

 

O grupo Air France-KLM tem prometido reduzir as suas emissões de CO2 em 20 % para 2020 relativamente a 2011, melhorando a eficácia energética da frota e o “eco-pilotagem”. “Hoje o nosso consumo médio é de 3,44 litros por passageiros aos 100 quilómetros, 38 % menos que no ano de 2000”, assegurou a responsável por desenvolvimento sustentável da Air France.

Mas, para Renaud Bettin, de Geres, a ONG que lançou a primeira plataforma de compensação de carbono em França, “o desenvolvimento das melhores tecnologias não será suficiente para combater a subida exponencial do tráfico aéreo”. A única maneira de fazer viajar de “forma mais verde”, opinou, é “optar por meios de transporte que consumam menos CO2 ou encarecer o preço dos bilhetes”.