RTA lidera candidatura na lista da UNESCO “Lugares da primeira globalização”

No âmbito das Jornadas Europeias do Património e do Dia Mundial do Turismo, celebrado a 27 de setembro, a Região de Turismo do Algarve, a Direção Regional de Cultura do Algarve, a Universidade do Algarve e oito municípios algarvios subscreveram a pré-candidatura conjunta à integração na lista indicativa da UNESCO, com a designação “Lugares da primeira globalização”.

A candidatura enquadra-se no critério de “Paisagem Cultural” (Associativa), integrando elementos patrimoniais, mas também a história associada aos lugares, reconhecendo o seu valor universal. O Algarve alberga vários locais, símbolos, mitos e personagens, que é fundamental salvaguardar na narrativa da História de Portugal e do Mundo. Estes “Lugares da Primeira Globalização”, que se prendem com o período de abertura da expansão marítima das rotas comerciais, estão na génese de um novo modo de conceção do mundo e de relações entre os povos, e detêm assim um valor universal a preservar.

Além dos municípios algarvios de Vila do Bispo, Lagos, Aljezur, Monchique, Portimão, Silves, Tavira e Castro Marim, a candidatura conta já com a participação da Cidade Velha de Cabo Verde (Património Mundial) e pretende envolver Ceuta, Alcácer Céguer em Marrocos, Arguim na Mauritânia, e os arquipélagos atlânticos.

O objetivo desta candidatura de cooperação internacional é promover valores de tolerância, aumentar o conhecimento sobre o património e a diversidade cultural, promover a preservação do património histórico, assim como fomentar melhores relações entre os povos.

A Região de Turismo do Algarve encabeça assim esta proposta de candidatura, tendo em conta o papel fulcral do turismo na preservação do património cultural, natural, material e imaterial. Até ao final de 2015 as entidades promotoras irão proceder a uma apresentação oral de defesa da candidatura junto da Comissão Nacional da UNESCO, da qual se espera uma decisão final até ao final do próximo ano.

Recorde-se que a candidatura é o resultado de um processo iniciado em 2002, quando o Turismo do Algarve entregou na Comissão Nacional da UNESCO um pedido de inscrição de Sagres na Lista Indicativa do Património Mundial. A Comissão emitiu observações que inviabilizaram a candidatura e preconizou a integração numa candidatura mais ampla. Sagres manteve-se desde então integrado na candidatura da Costa Sudoeste, colocada na Lista indicativa de Bens Portugueses a Património Mundial da UNESCO. No entanto, a Região de Turismo do Algarve e a Direção Regional de Cultura do Algarve sempre mantiveram o interesse na elevação de Sagres e dos lugares associados aos Descobrimentos Henriquinos a Património Mundial, assumindo desta vez um carácter transnacional. Em Junho de 2014, foi reiniciado pelo Comité Nacional da UNESCO uma atualização das candidaturas, tendo sido retomado este processo, assim como o relativo “À Costa Sudoeste” pelas entidades regionais da cultura e do turismo.