Num encontro com os jornalistas promovido pela APAVT, a intenção da easyJet de interromper as duas rotas domésticas que tem para a Madeira face ao novo modelo de subsídio de mobilidade da região acabou por surgir como tema, mas o secretário Regional do Turismo da Madeira, Eduardo Jesus, garantiu: “Nós estamos mais do que convencidos que essa ameaça não se traduzirá na prática.”
Eduardo Jesus explicava que “há um subsídio à mobilidade para os residentes da Madeira (desde 2015) e dos Açores, que, no caso da easyJet, não é entendido como as outras companhias”. Adiantou ainda que “temos mantido contacto continuado, regular, com a easyJet” no sentido de “serem concertadas soluções que vão de encontro às preocupações da companhia”.
A realidade é que “nem a Madeira, nem o país, se pode dar ao luxo de perder uma ligação, uma companhia, na operação”. “Isso está fora de questão”, remata.
Segundo o secretário regional a lei a respeito do subsídio de mobilidade foi aprovada mas ainda falta regulamentação que, no seu entender, “não passará por medidas que possam afastar essa ou outra qualquer companhia, quando nós estamos exatamente a trabalhar no sentido contrário que é o de reforçar a acessibilidade à Madeira, trazendo mais companhias a jogo. Num cenário que é de expansão nós não queremos perder uma companhia”, afirma.
“Inoperacionalidade” do aeroporto tem sido “atacada em várias frentes”
Quanto aos constrangimentos do aeroporto da Madeira, Eduardo Jesus assegura que “a questão da inoperacionalidade tem sido atacada em várias frentes”, nomeadamente, com a elaboração de um plano de contingência “sempre acionado quando existem previsões de mau tempo” – o que permite minimizar os impactos nos passageiros.
No plano de contingência, está abrangida a plataforma “In Madeira” que “permite a gestão dos quartos disponíveis em toda a hotelaria regional: Antes dos viajantes se deslocarem para o aeroporto, nessas circunstâncias, já fica salvaguardado que podem ficar num quarto no mesmo ou noutro hotel.”
Está também prevista “a instalação de um conjunto de equipamentos que vão aferir as condições de operacionalidade do aeroporto”. É “um caminho mais longo mas que, neste momento, está a ser trilhado”, que envolve a Autoridade de Aviação Civil (ANAC), a ANA – Aeroportos de Portugal, a NAV Portugal e o Governo Regional da Madeira.
O responsável frisa que o ano passado não houve registo de “qualquer companhia que deixasse de operar a Madeira pelo facto de haver constrangimentos no aeroporto” mas que “só o facto do constrangimento existir prejudica naturalmente o destino, ninguém gosta de saber que vai para um sítio onde aterra ou não aterra e isso, só por si, já é desagradável”. É um situação que tem de ser resolvida, remata.