Santuário de Fátima sente a “ausência demasiado óbvia de peregrinos estrangeiros”

Enquanto principal destino de turismo religioso português, Fátima participou na apresentação da estratégia de promoção dos Caminhos da Fé e da Espiritualidade, do Turismo Centro de Portugal, e o reitor do Santuário admite sentir, por estes dias, a “ausência demasiado óbvia de peregrinos estrangeiros” que todos os anos visitam o espaço e a cidade. Porém, não baixa os braços e já pensa em novas “proveniências” de turistas.

Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, não tem dúvidas de que “o crescimento exponencial do turismo em Portugal, nos últimos anos, contou também com o contributo da vertente espiritual e religiosa” e que, por isso, se tornou “uma das marcas características do turismo no Centro”.

No seio do Turismo Religioso encontra-se Fátima, “por ser o mais significativo e importante destino” deste segmento, e Carlos Cabecinhas afirma que o Centenário das Aparições, em 2017, veio “consolidar a sua internacionalização”. Além disso, o reitor sublinha a criação dos Workshops de Turismo Religioso — iniciativa da ACISO — que tiveram a sua 8.ª edição em março tendo sido “uma das poucas atividades que sobreviveu à atual pandemia”.

No entanto, “o confinamento levou a uma total ausência de visitantes”, atenta Carlos Cabecinhas, e o atual regresso à normalidade “deixa-nos perceber que a recuperação será necessariamente lenta” com a “ausência demasiado óbvia de peregrinos estrangeiros”, dadas as “limitações impostas à circulação de pessoas e aos níveis baixíssimos de operação das companhias aéreas”.

Diante deste cenário, o Santuário de Fátima procura agora “atrair de novo os peregrinos”, conjugando o habitual programa celebrativo diário com os “necessários procedimentos que visam proteger a saúde e transmitir a perceção de segurança”. O reitor reconhece que tal “depende da retoma das atividades ligadas ao turismo na cidade” e que “a confiança dos visitantes só pouco a pouco se reconquistará”.

“Santuário mundialmente conhecido”

Carlos Cabecinhas afirma que muitos são os peregrinos de outras nacionalidades a visitar Fátima, o que comprova que “este é um santuário mundialmente conhecido”. Assim, no futuro próximo, o Santuário procura “recuperar os peregrinos habituais de países como Espanha, Itália, Polónia, Brasil e Estados Unidos” e “focar a nossa atenção nos países que estavam em claro crescimento no continente asiático”, como a Coreia do Sul, China e Filipinas. Mais para a frente, o responsável admite apostar em “ações concretas de divulgação” em África, começando pelos países de língua portuguesa “onde a devoção a Nossa Senhora de Fátima se encontra já enraizada”.

Também as Jornadas Mundiais da Juventude, em 2023, vão ser “uma oportunidade única para acolher em Fátima jovens de todo o mundo, deixando neles o desejo de voltar”, adianta o responsável, que conclui que “peregrinação e turismo são realidades inseparáveis” e que “estamos a convidar pessoas a virem a Fátima procurando transmitir a mensagem de que é um lugar seguro”.