Savoy Signature aposta na digitalização: “Seremos pioneiros na adoção deste tipo de soluções no setor em Portugal”

A certeza de que a pandemia de Covid-19 não trouxe só “coisas menos boas” é evidenciada com o investimento que alguns grupos hoteleiros fizeram durante este período nas suas unidades, não estando nunca parados apesar de, por vezes, serem “forçados” a encerrar alguns estabelecimentos. Nuno Antunes, board advisor da Savoy Signature, explica isso mesmo à Ambitur.pt e garante que “a situação pandémica provocada pela Covid-19 constituiu uma oportunidade para realizar melhoramentos em alguns hotéis”, nomeadamente o Gardens, o Royal Savoy e o Saccharum. No caso do Royal Savoy, por exemplo, o grupo investiu cinco milhões de euros em diversas reformulações no interior e exterior da unidade.

Já na vertente tecnológica a Savoy Signature lançou uma aplicação que afirma ser “inovadora” pois permite a desmaterialização da experiência nas unidades, utilizando o equipamento móvel do cliente em todo o relacionamento com os hotéis. “Trata-se de uma integração do mobile service com o self service, que além de diminuir os contactos, garante conforto, eficiência e excelência num atendimento altamente personalizado”, explica o responsável. Esta solução foi criada com base no conceito “Bring Your Own Device”, que permite a prestação de um serviço personalizado e contactless durante toda a estadia. E funciona de uma maneira muito simples: os hóspedes podem fazer o check-in antes da chegada através desta aplicação, aceder à chave do quarto em formato digital, organizar o itinerário, reserva restaurantes e experiências no Spa, realizar pagamentos contactless, solicitar serviço de quartos ou controlar a televisão no quarto, entre muitas outras facilidades.

Por outro lado, o grupo hoteleiro apostou em força na digitalização de vários processos e acaba de investir em soluções de Robotic Process Automation “que nos vão permitir automatizar, melhorar e reduzir custos de um conjunto alargado de tarefas rotineiras, incluindo desde logo as reservas”, avança Nuno Antunes. O gestor não tem dúvidas: “Seremos pioneiros na adoção deste tipo de soluções no setor em Portugal, esperando-se melhorias em toda a operação, tornando-a mais rápida, ágil e fácil, reforçando o nosso ADN e compromisso com a qualidade”. Além desta, tem também já implementadas várias soluções que demonstram a aposta da Savoy Signature no digital, como o Filedoc, que permite uma gestão documental e de processos mais eficaz, a nova central telefónica ou o chatbot.

E, por acreditar que a experiência do cliente não termina no check-out, o grupo lançou também uma loja online, com uma seleção de produtos que estão presentes nas suas unidades, permitindo “prolongar os momentos de estada em cada um dos hotéis da coleção”.

Outra aposta foi o lançamento de soluções digitais para o segmento de eventos. A Savoy Signature associou-se à VOQIN’, empresa especializada na criação de conteúdo, experiências de marca e organização eventos. Com isto, o grupo pretende oferecer “as melhores ofertas com espaços e infraestruturas variadas para realização de eventos híbridos e/ou digitais na sua coleção de hotéis”, adianta Nuno Antunes.

Igualmente na área de F&B houve novidades, com a disponibilização de um serviço de take-away. Além disso, o Galáxia Skyfood, situado no Savoy Palace, passou a contar com uma nova carta, com diversas sugestões que têm como base a gastronomia regional. Também nesta área, inovou-se com a iniciativa ‘Chef em Casa’, através da qual um chef dos restaurantes Terreiro e Galáxia Skyfood deslocam-se a casa do cliente para preparar uma refeição privada.

“O destino Madeira soube diferenciar-se”
A Savoy Signature dispõe unicamente de hotéis na Madeira e por isso terá beneficiado de uma situação diferenciadora durante toda a pandemia, acredita o board advisor do grupo. “Acreditamos que o destino Madeira soube diferenciar-se, com credibilidade, transmitindo uma mensagem de confiança – no que toca à prevenção e segurança – revelando atratividade para muitos mercados”, sublinha.

A confiança foi ainda reforçada com a implementação do plano Stay Safe Stay Savoy. Já na área da saúde e do bem-estar, nomeadamente nas áreas de Spa, os hotéis da cadeia tiveram de adaptar-se à nova conjuntura, adotando medidas adicionais que visaram aumentar a segurança tanto de hóspedes como de funcionários, “sem nunca esquecer o serviço que nos caracteriza”, esclarece Nuno Antunes. Mas admite que “embora procedimentos apertados de higiene não sejam uma novidade para qualquer spa, trata-se de uma área que enfrenta agora maiores desafios”.

No entanto, e mais uma vez, a tecnologia voltou a “ajudar”. O responsável assegura que o facto de o hóspede poder recorrer à aplicação da Savoy Signature no seu telemóvel para efetuar uma série de procedimentos, representa “uma forma de segurança”. “Através da nova aplicação maximizámos a segurança dos clientes e fizemos uma integração do mobile service com o self service, que além de diminuir o contacto físico, garante conforto, eficiência e excelência num atendimento altamente personalizado”, frisa.

A verdade é que muitos hotéis se viram obrigados a encerrar alguns serviços, o que alterou por completo a experiência que o hóspede teve durante a sua estadia. “O que o hóspede espera de um hotel é uma experiência que lhe permita usufruir de todos os serviços e, por isso, é importante que possamos ter todas as valências a funcionar”, defende Nuno Antunes. E os hotéis da Savoy Signature acabaram por beneficiar de uma situação epidemiológica mais favorável da região da Madeira que tornou possível oferecer condições para a utilização das infraestruturas “com toda a segurança, e isso traduziu-se, em última instância, numa mensagem vantajosa”, justifica.

A cadeia hoteleira vai abrir em breve o novo hotel NEXT, no Funchal, que irá ter ofertas específicas para a área do coworking, uma tendência intensificada durante a pandemia. Mas ao longo do último ano já apostou neste segmento, com o pacote Long Stays – Digital Nomads, com a proposta de um programa de estadia personalizada por um mínimo de 30 dias, combinando o conforto e segurança do lar com a disponibilidade de todas as comodidades dos hotéis – restaurantes, bares, ginásio, spa e piscinas – e com a disponibilização aos hóspedes de um escritório à medida das suas necessidades. “Os clientes só têm de escolher onde ficar a trabalhar e usufruir do acesso gratuito a salas de reuniões e wi-fi de alta velocidade, e uma equipa totalmente dedicada”, garante.

“Já sentimos alguma procura”
Com o processo de vacinação a decorrer, Nuno Antunes confidencia que “já se sente uma maior confiança e acreditamos que possa existir uma recuperação, ainda que lenta”. Garante que “já sentimos alguma procura”, com reservas de última hora provenientes do mercado nacional e, com muita incidência, do mercado local. Por outro lado, a Savoy Siganture espera poder contar com a retoma das viagens do mercado britânico.