Segmento “MICE” ultrapassa “sol e mar” em 2015 em Portugal
Setembro foi, em 2015, o mês que registou melhores resultados em todos os indicadores da hotelaria. França foi o mercado que mais cresceu em Portugal e o segmento de MICE ultrapassou, no decorrer deste ano, e pela primeira vez o segmento de “sol e mar”. Estas foram algumas das principais conclusões do inquérito “Balanço & Perspetivas”, realizado de 9 a 30 de novembro pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) aos seus associados, e que foi apresentado, esta manhã, em Lisboa.
Como já vinham a indicar os dados do INE e do Banco de Portugal, também os hoteleiros confirmam que 2015 superará os resultados de 2014, com aumentos em todos os indicadores da hotelaria – taxa de ocupação e preço médio por quarto vendido. Em 2015, e segundo Cristina Siza Vieira, diretora-executiva da AHP, “mantém-se a questão da sazonalidade com os melhores meses a serem, respetivamente, setembro, agosto e julho, e os piores, janeiro, fevereiro e março”. Nos mercados, o destaque vai para o aumento da França, mantendo-se no topo da procura os mercados nacional e espanhol. Para 25% dos inquiridos, o mercado brasileiro decresceu. Nos Açores, é de registar o crescimento do mercado americano.
O mesmo inquérito revela ainda que, neste inverno, os números referentes às unidades hoteleiras encerradas se mantêm. 90% dos inquiridos diz que não encerrará as suas unidades. No Algarve, 38% irão encerrar.
Hoteleiros acreditam que 2016 superará 2015
Para 2016, as perpetivas são igualmente positivas com os hoteleiros a considerar que haverá aumentos em todos os indicadores, com exceção da estadia média, que deverá manter-se. Segundo Cristina Siza Vieira, “82% dos inquiridos consideram que a receita total crescerá em 2016 e 60% consideram que a receita de F&B também aumentará, o que demonstra que já há alguma expressão da anunciada baixa do IVA na restauração. É um indicador interessante”.
Prevendo que não haverá alterações nos melhores e piores meses de operação, os hoteleiros consideram também que haja uma evolução nos mercados de Espanha, Portugal, Reino Unido, França e Alemanha. “De destacar os resultados do mercado israelita que, ainda que não tenha expressão estatística, já é apontado por alguns inquiridos”, afirma Cristina Siza Vieira, alertando também para o facto de, em 2016, os segmentos mais procurados em Portugal, segundo os hoteleiros, serem “as city breaks, o touring/cultural e o MICE”. Segundo a responsável, “cada vez mais as pessoas procuram visitas curtas e tentam juntar ao business o lazer, portanto, as cidades mais bem posicionadas são as que oferece lazer e negócios”. Para Cristina Soza Vieira, “Lisboa tem todas as condições para ser uma das principais cidades de “bleisure” (business e leisure)”.
Lisboa e Porto com mais 20 empreendimento turísticos em 2015
De acordo com Cristina Siza Vieira, abriram em Lisboa, este ano, 14 hotéis e uma pousada, num total de mais 1309 quartos. No Porto, abriram portas mais cinco hotéis, ou seja, mais 365 quartos.
Em 2016, a previsões apontam para mais 12 aberturas em Lisboa e duas no Porto, ainda que, como noticiado recentemente, se encontrem em processo de licenciamento pendentes mais de 30 pedidos na cidade Invicta.
Revpar cresce 15% até outubro
Até outubro deste ano, a taxa de ocupação da hotelaria de Portugal foi de 68, 62%, mais 2,76% do que em igual período de 2014. O preço médio por quarto ocupado cresceu 10,05% para os 76,46 euros e o Revpar aumentou 14,64% para os 52, 46 euros. A receita média por turista no hotel atingiu os 107 euros, mais 7% do que em 2014. Mesmo com a hotelaria nacional a apresentar resultados positivos, Cristina Siza Vieira destaca o facto de se registarem ainda diferenças acentuadas entre os vários destinos. Por exemplo, enquanto a Madeira regista uma ocupação média de 79,72%, Viseu apenas regista 36,56%. O Revpar em Lisboa é de 69,18 euros, mas na região de Leiria/Templários/Fátima é de apenas 47,26 euros.