SET: Entre o recorde de resultados de 2023 e a responsabilidade das empresas face ao futuro

“Chegar ao final de 2022 com o sentimento de dever cumprido, por atingirmos metas que nunca pensaríamos assistir e provavelmente no final deste ano celebraremos o quase certo recorde a nível receitas turísticas” é fator de responsabilidade para encarar o futuro. Rita Marques, secretária de Estado de Turismo, Comércio e Serviços, durante o encerramento do 33º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que decorreu no Santuário de Fátima, em Ourém, apelou aos empresários para que entendam as oportunidades e os desafios que se seguem e que usem os instrumentos de apoio e financeiros disponibilizados pelo Turismo de Portugal.

Considera a responsável que “temos que continuar a trabalhar nas nossas empresas, neste lado vamos monitorizando os indicadores económico financeiros, sabemos que há uma deterioração natural da autonomia financeira, dos graus de endividamento, nada disto se fazia sentir em 2019, porque sabemos que os balanços contabilísticos das nossas empresas saem prejudicados da pandemia, mas também é verdade que já apontamos caminho e temos no nosso Plano Reativar Turismo várias linhas de tesouraria, de fundo de maneio, de internacionalização, de capitalização e de consolidação”. Mas, para a secretária de Estado, “precisamos deste lado que os empresários entendam que oportunidades tenham e possam decidir quais as linhas a que se podem socorrer de modo a responder às necessidades que tenham em cada situação”.

Para Rita Marques, “o futuro não é incerto, estamos a viver tempos de mudança, mas eu não me desassossego de todo com a mudança, pelo contrário temos que nos desassossegar se não houver mudança. A mudança é uma oportunidade para fazermos melhor”. Sendo assim, considera a governante que temas como a digitalização, inovação e sustentabilidade “farão parte da nossa estratégia, têm vindo a fazer parte das nossas estratégias e, mais uma vez, aqui lanço um desafio aos nossos empresários para se associarem às iniciativas do Turismo de Portugal, temos o programa 360º que aposta forte na sustentabilidade. Temos o nosso NEST, o nosso braço armado para a inovação, enfim, temos muitos programas em que o importante é desenhá-los convosco e naturalmente termos o feedback e a resposta desse lado”.

Uma terceira nota deixada por Rita Marques, foi relativamente à promoção internacional. Indica a responsável que “está a decorrer a expansão da projeção internacional nos EUA, é um mercado que cresce 20% a nível de hóspedes, 40% a nível de receita, quando comparado a 2019”. Mas alerta que “tudo isto não faz sentido se os nossos empresários não estiverem envolvidos nas nossas Agências Regionais de Promoção Turística”.

Por fim, a secretária de Estado deixa um aviso relativamente ao serviço prestado pelas empresas turísticas face à falta-de-mão de obra: “o turismo é um setor de pessoas para pessoas, temos de capacitar os nossos, recebam bem, mas antes de colocarem as pessoas ao serviço capacitem-nos; podemos correr o risco de deteriorar o serviço de excelência a que temos habituado os nossos hóspedes”. Para Rita Marques, “este é um desafio a todos, da parte do Turismo de Portugal temos as nossas 12 escolas, a academia digital, que conseguiu formar 150 mil pessoas em tempos de pandemia, mas só faz sentido se houver dos empresários um compromisso firme de capacitar os seus, a nossa grande família do turismo em Portugal de modo a garantir que a grande família do turismo vive e respira em qualidade e certamente dará um contributo grande para Portugal e para os portugueses”.

Por Pedro Chenrim