SET: “Há um plano de retoma para o turismo” e os instrumentos de financiamento serão conhecidos em breve

Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, esteve hoje na sessão de encerramento do webinar “O papel do PRR na recuperação do turismo”, organizado pela Deloitte, e assegurou que “há um plano de retoma para o turismo”, que está a ser trabalhado a nível do Turismo de Portugal da Confederação do Turismo de Portugal e das associações do setor. “Temos vindo a trabalhar o futuro numa perspetiva muito ambiciosa”, sublinhou a governante, que adiantou que este programa de retoma assentará em vários eixos.

Desde logo apontou a grande prioridade de assegurar a capitalização das empresas, a curto/médio prazo. “As empresas que tanto deram ao setor e à economia precisam de continuar a contribuir” pelo que estão a ser desenhados “instrumentos de financiamento que serão conhecidos a breve trecho”.

Por outro lado, Rita Marques identificou a grande preocupação na requalificação e inovação da oferta turística, bem como o posicionamento competitivo do destino Portugal. Para esta última prioridade, é fundamental a reposição da capacidade aérea, a recuperação dos canais de distribuição internacionais e o reforço de canais de promoção e captação de eventos.

Outra dimensão que a secretária de Estado do Turismo fez questão de frisar diz respeito ao reforço das competências e qualificações dos trabalhadores deste setor. Aqui elogiou o trabalho das Escolas do Turismo de Portugal, que ajudaram neste reforço de competências “neste pico de inatividade do setor”.

Por fim, a governante estabeleceu ainda como eixo fundamental neste programa a coesão territorial e a redução das assimetrias entre as várias regiões.

Estando este “trabalho de casa” a ser feito a nível do plano de retoma, Rita Marques admitiu que é preciso agora tratar de definir os financiamentos necessários para a execução do mesmo. “O PRR – Plano de Recuperação e Resiliência é uma «gaveta» que temos mas não será a única”, explicou. E adiantou que estão neste momento a ser mapeadas as necessidades e prioridades nos vários instrumentos financeiros disponíveis, que não esgotam no PRR. “As ações mais transversais a nível da educação, infraestruturas, transportes (…) encontrarão resposta financeira no PRR”, disse. Já no que diz respeito ao financiamento às empresas enquadra-se no quadro financeiro plurianual.

A responsável destacou ainda o papel das regiões, ao nível das CCDR’s (Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional) e das próprias autarquias, que terão à disposição fundos para gerir. “Não podemos desperdiçar esta «gaveta» para resguardar as especificidades de cada região”, lembrou.

Por outro lado, recordou também que tem vindo a ser feito um trabalho internacional com vista à retoma aérea pois “a circulação internacional é fator determinante para a retoma do setor”. Rita Marques confirmou que Portugal tem estado muito ativo junto à Comissão Europeia e que o certificado verde digital virá ajudar a retomar a mobilidade internacional.

“O setor tem de percorrer um caminho íngreme, temos que nos reinventar e preparar para as futuras gerações de turistas”, concluiu a secretária de Estado do Turismo, que rematou afirmando que “se nos mobilizarmos em torno de uma estratégia comum chegamos ao pico e Portugal poderá assumir uma liderança muito interessante no setor do turismo”.