SET: “Quando se fala em novo modelo de promoção não é substituir tudo aquilo que existe”

Na edição de Março da Ambitur Magazine, que faz capa com o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes abordou a entidade que se propõe criar para a promoção externa do turismo. O responsável afirma que não há um modelo definido ainda e que “não me passa pela cabeça esvaziar de poder o Turismo de Portugal, como não me passa pela cabeça eliminar Entidades Regionais de Turismo, que têm um papel que está definido na lei, uma lei aprovada já com este Governo e com a minha intervenção, nem me passa pela cabeça, de um dia para o outro, alterar por completo o funcionamento da promoção em Portugal”.& Qual o ponto de situação do novo modelo de promoção externo do turismo nacional?Quanto ao novo modelo de promoção, o que anunciei foi que me parecia que para o ano de 2015 deveríamos encontrar forma de aproveitar melhor o papel dos privados ao nível da promoção nacional. Os privados têm neste momento uma participação ao nível da promoção regional, através das agências regionais, um modelo que tem funcionado mais ou menos bem, nunca levantou problemas de imparcialidade ou falhas, um modelo com o qual o sector convive bem e com o qual está de acordo, e parece-me importante agora perceber se ao nível nacional é ou não possível encontrar um suporte institucional que permita aos privados terem maior intervenção e participação na política de promoção. E por outro lado, também o disse, parece-me importante que o sector do turismo não perca o comboio que outras áreas da economia já estão a seguir, terem suportes institucionais para fazerem promoção externa com fundos comunitários. Isso está a acontecer no vinho, no calçado, na cerâmica, na fileira agro-alimentar. Os sectores estão-se a organizar para criar estruturas que permitam, com o apoio do Estado mas essencialmente privado, conseguir agigantar as verbas que existem para a promoção. Parece-me que o turismo não pode ficar de fora desse comboio porque não pode ficar exclusivamente dependente do orçamento de Estado nem das flutuações políticas que o Governo sempre terá. Por isso disse que para 2015 gostaria de poder apresentar um suporte associativo que permitisse começar esse caminho. É um caminho que não se começa de um dia para o outro. Neste momento, no dia 7 de Março, não tenho ainda definido que modelo quero apresentar ao sector, ainda estou a trabalhar no sentido de poder apresentar ao sector público e privado um modelo para podermos discutir e apreciar. Nunca apresentaremos nenhum modelo de promoção que não seja discutido com o sector, público e privado. Neste momento não há nenhum suporte institucional pensado, muito menos agência, que de certa forma esteja a ser decidido às escondidas do sector.Quando falamos de um novo modelo de promoção externa para o país, este assunto termina no suporte a criar? É um novo modelo porque eu gostaria que pudesse envolver um novo actor, que seria esse suporte institucional, que teríamos de ver qual o melhor pois o objectivo é que ele possa ir buscar fundos comunitários, temos que ter a certeza de que o suporte institucional que estamos a criar está em condições para o poder fazer. Quando se fala em novo modelo de promoção não é substituir tudo aquilo que existe por um novo actor, mas trazer um actor adicional. Com certeza que depois teremos de rearranjar o papel de cada um deles. Mas não me passa pela cabeça esvaziar de poder o Turismo de Portugal, como não me passa pela cabeça eliminar Entidades Regionais de Turismo, que têm um papel que está definido na lei, uma lei aprovada já com este Governo e com a minha intervenção, nem me passa pela cabeça, de um dia para o outro, alterar por completo o funcionamento da promoção em Portugal. Tenho uma lista enorme de defeitos mas normalmente não me considero irresponsável.A entrevista pode ser lida na íntegra da edição de Março de Ambitur.