O mais recente estudo da JLL – “Spotlight on Africa: Opportunity on the Horizon” – explora o potencial de investimento em hotéis em África, que melhorou significativamente ao longo da última década, embora continue a apresentar bastantes desafios.
Os motores de crescimento para o setor hoteleiro em África incluem a melhoria da gestão fiscal, uma demografia favorável (uma população de 1.1 bilião de pessoas), uma rápida urbanização dos territórios, uma classe média em crescimento, recursos energéticos e matérias-primas abundantes, investimento considerável em infraestruturas e crescimento do turismo.
A economia em expansão e o aumento do comércio regional vão impulsionar o turismo de negócios e a procura no setor hoteleiro. As previsões apontam para que o número de turistas aumente 5,7% por ano em África, comparado com os 3,2% de crescimento médio anual global previsto até 2030. A JLL espera que a procura hoteleira aumente a uma taxa de 5% ao ano entre 2015 e 2017, frisando contudo que este crescimento varia ao longo do Continente, com determinados países a exibirem uma trajetória de crescimento mais elevada, enquanto outros mercados se encontram em contração.
A JLL prevê um crescimento anual da oferta hoteleira no Norte de África de 1,5%, enquanto na África Subsariana esse aumento deverá ser de 3,5%. Isto equivale a um investimento de $2,1 biliões em novos hotéis este ano, crescendo para os $2,4 biliões em 2016 e para os $2,7 biliões em 2017. O investimento é impulsionado sobretudo por operadores locais e regionais, que contabilizam pelo menos 75% do investimento em hotéis nesta região. O capital global está, contudo, cada vez mais atento às oportunidades geradas neste mercado e a avaliar o seu ponto de entrada ideal.
Xander Nijnens, Vice-presidente Sénior da JLL Hotels & Hospitality Group para a África Subsariana, refere que “os investidores locais e regionais dominam atualmente quer o investimento hoteleiro quer a propriedade de hotéis nesta região. Com capacidade para se moverem melhor nos seus mercados do que os players globais, estão melhor posicionados para capitalizar as oportunidades oferecidas nesses diversos mercados. A crescente maturidade do setor e a introdução de novas plataformas de investimento deverão resultar na saída dos investidores locais dos seus investimentos e numa crescente liquidez nos mercados”.
A JLL observou que 46% dos investidores pretendem investir na promoção de hotéis, enquanto 17% estão a olhar apenas para aquisições e 37% procuram os dois tipos de operação. Este é o reflexo da natureza emergente do imobiliário hoteleiro em África. Na perspetiva de quem pretende promover, o objetivo de TIR varia entre os 16% a 25%, enquanto para aquisições as taxas de capitalização estão entre os 8% e 12%. Isto equivale a um prémio nas yields de investimento de aproximadamente 30% a 40% face às médias globais.
A maioria dos mercados em África ainda está virado para a promoção de hotéis e, como tal, existem volumes baixos de transações abertas ao mercado no investimento em imobiliário hoteleiro. Existe um número limitado de ativos com perfil de investimento no Continente e estes continuam a ser “bem guardados”. A JLL prevê que a liquidez melhore a médio prazo, com a vinda de novas promoções para o mercado e com a evolução do modelo de propriedade.
A JLL estima que no presente a taxa de entrada de insígnias hoteleiras em África seja de 22%. As marcas globais estão a desempenhar um papel muito importante no aumento da visibilidade e da qualidade do imobiliário hoteleiro em África, e a sua penetração no mercado deverá crescer significativamente em todo o continente.
“A longo prazo existem poucas dúvidas de que África será um agente significativo na economia global do imobiliário e os pioneiros que tenham experiência específica em transações e promoção hoteleira neste mercado, estão bem posicionados para beneficiar de uma entrada antecipada. Os próximos anos serão de uma significativa evolução na paisagem do imobiliário hoteleiro em África, e antecipamos que o capital global fluirá para o setor quando surgirem as oportunidades certas” conclui Xander Nijnens.