Skycop: Iberia e Vueling acumulam 557 milhões de euros em compensações em 2018

A Iberia e a Vueling acumularam durante o ano passado 557 milhões de euros em compensações a passageiros afetados por atrasos ou cancelamentos de voos. São dados divulgados pela Skycop, a empresa que defende os direitos dos passageiros. “Quase um milhão e meio de pessoas foram afetadas por estes incidentes com os seus voos e, só em 2019, estas companhias já somam mais de 2.000 reclamações por resolver”, refere a Skycop em comunicado.

A Iberia é a companhia aérea espanhola com o maior número de cancelamentos e atrasos, já que apenas em dois meses cancelou 23 dos seus voos e outros 27 sofreram um atraso de mais de três horas. Por sua vez, a Vueling cancelou 4 voos e teve um atraso em 9. Durante 2018, distribuídas pelas duas companhias aéreas, existiram quase 10.000 cancelamentos e atrasos com mais de 3 horas.

Em Espanha o problema com as compensações não é tão diferente do nosso. Entre os quase 10.000 passageiros que foram afetados por estas situações nos últimos dois meses, encontra-se Beatriz Vargas e Amy Bruen, ambas espanholas.

Beatriz decidiu viajar com a Vueling para poder estar presente num casamento de um familiar e viu o seu voo ser cancelado de forma imprevisível: “Tinha um voo para ir a um casamento e de repente mudaram-me a data para vários dias depois, avisando-me com muito pouco tempo de antecedência. A Vueling negou-se a levar-me até outro aeroporto qualquer que pudesse fazer a ligação e dessa forma chegar ao casamento a tempo. Através da Skycop, fiz uma reclamação e estão neste momento a tentar resolver o meu caso”.

Amy, por outro lado, escolheu a Iberia para viajar e teve um atraso de 14 horas: “O meu voo da Iberia atrasou-se mais de 14 horas, e estou há mais de dois anos à espera de uma resposta por parte da companhia aérea. A Skycop está a trabalhar no meu caso, e mandam-me e-mails com bastante regularidade para me informar do que estão a fazer para resolver a situação”.

“As estatísticas dizem que 1% dos passageiros passou por um atraso de mais de 3 horas do seu voo ou pelo cancelamento de um voo estando já no aeroporto. Estes dados pertencem à Eurostat e, ainda que 1% não pareça um número muito significativo, a verdade é que esta percentagem traduz-se em 9 milhões de passageiros europeus afetados”, explica Nerijus Zaleckas, responsável pelo Departamento Legal da Skycop. “Na Skycop queremos prestar apoio a todos os passageiros que lutam pelos seus direitos e reclamam o que lhes pertence”, conclui.

Do total de reclamações que a Iberia e a Vueling recebem, têm 2.145 processos pendentes, e implicados nestes processos encontram-se 3.535 passageiros afetados. Presume-se então que um total de 1.083.000€ em compensações não foram pagas.

A Vueling, neste caso, encontra-se à frente da Iberia pois deve 752.000€ em compensações aos seus 2.618 passageiros afetados. A Iberia, por sua vez tem uma dívida por liquidar de 331.000€ a 735 do total dos seus passageiros.

Apesar das companhias aéreas lamentarem a dificuldade na gestão durante épocas altas, “as estatísticas mostram que as companhias aéreas maximizam os seus benefícios com atrasos e cancelamentos. Esta poupança chega com a redução de colaboradores ou grandes cargas de trabalho, o que permite com que milhares de passageiros passem parte das suas férias em salas ou corredores de aeroportos”, lê-se no comunicado.

Nestas situações, a Skycop apela para que todos os passageiros se informem sobre os seus direitos de acordo com a legislação europeia e para que peçam às companhias aéreas que lhes proporcionem comida, bebida e chamadas telefónicas durante o tempo de espera. Caso a companhia tente compensar os seus passageiros com descontos em comida ou no seu próximo voo, a Skycop recomenda não aceitar este tipo de propostas, pois cada passageiro tem direito a uma compensação moral e económica.

Uma vez que foram satisfeitas as necessidades básicas, o ideal é preencher o formulário o quanto antes e pôr-se em contacto com profissionais. Se o voo não alcançar os 1.500 km, a compensação pode ser até 250€. Caso ultrapasse estes quilómetros, pode ascender os 400€ em aeroportos europeus. Por outro lado, se a distância ultrapassar os 3.500 km e o voo se atrasar mais de 3 horas, os passageiros têm direito a reclamar até 600€ de indeminização.