Smart Destinations: um conceito que veio para ficar

O Seminário sobre “Smart Cities in Smart Tourism” promovido por Cláudia Monteiro de Aguiar e Paulo Rangel, deputados do PSD, decorreu em Bruxelas, no Parlamento Europeu. Um dos oradores convidados foi Miguel Castro Neto, personalidade Smartcities 2017 pela Green Business Week, Professor e coordenador na NOVA IMS School. Anna Athanasopoulou, chefe da unidade Turismo e Indústrias Criativas, da Comissão Europeia marcou também presença como oradora.

Para os promotores do Seminário, os “destinos inteligentes” são vistos como um “espaço urbano que aproveita as tecnologias de informação e comunicação e a “data science” para responder aos desafios atuais”. O objetivo passa por tornar “mais eficientes a gestão de serviços e infraestruturas” e proporcionar uma melhor “qualidade de vida às pessoas que vivem, trabalham ou visitam uma cidade, sem esquecer o objetivo de fazermos parte da criação de um futuro mais sustentável”, referem nem comunicado.

O eurodeputado Paulo Rangel abriu o seminário e começou por dizer que “devido ao progresso tecnológico, a mobilidade entre cidades melhorou e apontou que hoje em dia as pessoas não se ficam apenas pelas capitais”. Como exemplo usou o Porto, cujo turismo tem vindo a crescer exponencialmente. “Hoje em dia há uma atmosfera muito amigável para o desenvolvimento da estratégia das cidades. Este é um processo onde revolução digital terá um papel crucial e que permite aos residentes e visitantes fazerem parte da estratégia através de uma participação activa”, sublinhou.

Por sua vez, a eurodeputada Madeirense referiu que o desenvolvimento e aparecimento destas tecnologias aliadas ao Turismo possibilitam a tomada de decisões estratégicas, melhorias técnicas e operacionais num período de tempo incomparavelmente menor ao até aqui utilizado, e desafiou as várias Regiões, Cidades e Destinos a inovar na forma como os serviços são prestados. “Uma gestão inteligente dos destinos turísticos permitir-nos-á condensar o potencial do nosso turismo, tornar a nossa oferta mais interessante e mais eficiente e permitir-nos-á criar redes de comunicação mais modernas e céleres entre munícipes, residentes e turistas e – sendo o mais importante – a criar valor acrescentado, potenciando os territórios e a melhor gestão dos mesmos”, acrescentou a Eurodeputada.

Miguel Castro Neto, na sua apresentação mostrou dados que dão conta que, em Portugal, os turistas têm escolhido nos últimos anos visitar cidades do interior do país, quando em 2012 o turismo focava-se essencialmente no litoral e nas grandes cidades. “A importância de usar big data e saber analisar esta informação é crucial para responder por exemplo aos fluxos de turistas e saber distribuí-los pelo território de acordo com o que procuram.”

Por fim, a representante da Comissão Europeia lembrou que “não podemos falar de turismo sem falar em novas e mais inovadoras tecnologias. Cada vez mais associamos o termo ‘inteligente’ ao turismo. Temos visto novos e diferentes tipos de negócios a emergir na nossa extremamente digitalizada economia. Estes negócios vêm criar valor, usando as tecnologias digitais para os residentes e os visitantes.”

Cláudia Monteiro de Aguiar, no final do seminário, mostrou-se satisfeita com o resultado e a participação dos presentes, neste que é cada vez um conceito mais global e solicitou à Comissão Europeia que, no futuro, “houvesse uma acção concreta da Comissão, modernizando e adaptando fundos e ferramentas existentes  de apoio aos empreendedores, às novas competências e finalizou deixando uma critica à falha do Governo Português no desenvolvimento de uma estratégia nacional para os destinos inteligentes, tal como já acontece em Espanha.