A Ambitur realizou, no âmbito da BTL 2022, e em parceria com a Fundação AIP, a Conferência Smart and Green Tourism, que juntou uma série de oradores para debaterem a temática da sustentabilidade no turismo. Pedro Norton de Matos, mentor do Greenfest, foi um dos oradores do segundo painel do evento, moderado por Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé, e dedicado ao tema “Turismo: inovação e consumidor e o papel da sustentabilidade”, e que contou ainda com a presença de António Brochado Correia, da PwC, e Chitra Stern, do Martinhal Family Hotels.
Economista e gestor de profissão, o organizador daquele que é o maior festival de sustentabilidade de Portugal começou por recordar que há 15 anos atrás o tema da sustentabilidade era muito diferente de como é tratado hoje em dia. Hoje, diz, há uma razão fundamental para que esta temática seja imparável: “há uma green economy que cria green jobs”, ou seja, uma economia que gera valor para a sociedade.
[blockquote style=”1″]”há uma green economy que cria green jobs”[/blockquote]
O orador reconhece que este tem sido, e continua a ser, “um caminho árduo e longo até porque há um enorme fosso em relação ao conhecimento sobre temas da sustentabilidade”. O salto para o ESG, com os três pilares essenciais de ambiente, sociedade e governança numa situação de interdependência, foi por isso difícil. “Há um défice de conhecimento e há, em termos comportamentais, muito caminho para andar”, sublinha Pedro Norton de Matos.
[blockquote style=”1″]”Há um défice de conhecimento e há, em termos comportamentais, muito caminho para andar”[/blockquote]
O responsável acredita que a junção de três forças pode ajudar para que este caminho seja mais eficaz. Em primeiro lugar, a pressão vinda do lado do consumidor, que leva a que as marcas, através da tecnologia e dos tratamentos de dados, procurem aceder às tendências pois “não são autistas, escutam o consumidor”, aponta o responsável.
Uma segunda grande força são as empresas líderes que, em toda a sua cadeia de valor, acabam por, junto dos seus fornecedores, clientes, colaboradores e sociedade em geral, ajudar a que os comportamentos estejam em consonância com os valores da sustentabilidade.
Existe ainda uma terceira força, evoca o empresário, que se prende com a questão da regulação e da fiscalidade, que são influenciadas pelos consumidores e pelas empresas líderes, que acabam por ser exemplares e levam outras empresas, através das suas melhores práticas, a segui-las, podendo assim influenciar a legislação. “Eu sou dos que acredito, e já fui mais romântico neste tema da sustentabilidade, que tem de se mexer no bolso, porque quando se mexe no bolso, isso induz à mudança de comportamentos”, frisa Pedro Norton de Matos. E conclui: “acredito que estas três forças conjugadas podem ajudar neste caminho”.
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