A Conferência Smart and Green Tourism, organizada pela Ambitur em colaboração com a Fundação AIP; teve lugar no âmbito da BTL, e juntou uma série de oradores para debater a temática da sustentabilidade no turismo. Chitra Stern, CEO do Martinhal Family Hotels & Resorts e fundadora da United Lisbon International School (ULIS), foi uma das intervenientes no segundo painel do evento, moderado por Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé, e dedicado ao tema “Turismo: inovação e consumidor e o papel da sustentabilidade”.

Em Portugal desde 2001, a empresária de origem indiana e nascida em Singapura, veio com o marido, Roman Stern, e aqui criaram a marca Martinhal, começando com a construção do Martinhal Sagres, que abriu portas em 2010, em plena crise económica, e tendo atualmente também unidades na Quinta do Lago, no Algarve, no Chiado, na Quinta da Marinha, em Cascais, e ainda no Chiado, em Lisboa. Este é um grupo que tem apostado em ganhar força de marca através da adoção de práticas sustentáveis, não só a nível ambiental, como também económico e social. E essa preocupação de desenvolver empreendimentos sustentáveis começou logo em Sagres.
No Martinhal Family Hotels & Resorts, além de uma consciência ecológica, que é visível na adoção de sistemas de eficiência energética, hídrica e de gestão de resíduos, houve desde sempre o objetivo de contribuir para o desenvolvimento económico e social das comunidades onde os hotéis se inserem, investindo, por exemplo, na formação contínua dos recursos humanos. Chitra Stern assume que são eles os embaixadores da marca e da mensagem que esta pretende transmitir aos seus hóspedes.
[blockquote style=”1″]”Penso que quando se tem uma equipa sólida há uma cultura da organização que depois tende a contratar pessoas com a mesma mentalidade e que querem a mesma coisa para a organização”[/blockquote]
A empresária sublinha que além da “beleza” de construir edifícios e infraestruturas, a indústria do turismo tem, mais do que as outras, de trabalhar arduamente o toque humano”. “Não somos um hotel de negócios, somos uma marca de lazer para o mercado familiar e trata-se de fazer com que os hóspedes se sintam completamente bem-vindos, indo sempre mais além, pelos vários membros da família e tomando conta deles”, explica. Com quatro hotéis e resorts no mercado nacional, Chitra Stern garante que “é necessário muito esforço para que essa cultura se difunda pelo grupo e nós dedicamos-lhe muito esforço”, através da formação contínua, por exemplo. E frisa: “Penso que quando se tem uma equipa sólida há uma cultura da organização que depois tende a contratar pessoas com a mesma mentalidade e que querem a mesma coisa para a organização”. Torna-se portanto, mas palavras da oradora, “orgânico”, ou seja, “uma seleção natural das pessoas que se enquadram na organização e querem a mesma coisa”. E esclarece que, numa área em que a desvalorização do trabalho e a precariedade ainda são uma realidade, “capacitar os recursos humanos é fundamental, tendo em vista a melhoria das condições de vida dos profissionais e a sustentabilidade de qualquer negócio ou destino turístico”.
[blockquote style=”1″]”Em termos de esforços ambientais, é óbvio que não é um esforço único, é uma melhoria contínua, um investimento permanente”.[/blockquote]
Chitra Stern recorda a altura em que, na construção do Martinhal Sagres, se começaram a estabelecer as bases para garantir que a sustentabilidade seria um dos elementos centrais deste resort, com exemplos como a utilização de água subterrânea para a rega dos jardins ou de painéis solares para aquecimento da piscina. “Em termos de esforços ambientais, é óbvio que não é um esforço único, é uma melhoria contínua, um investimento permanente”, refere a CEO do Martinhal Family Hotels & Resorts. Outra aposta para assegurar os três pilares da ESG – Environmental, Social e Governance – tem sido a preferência pela compra de produtos locais, algo que contribui para o desenvolvimento da região e para a satisfação dos hóspedes, que têm o privilégio de experimentar alimentos frescos. E, além disso, o grupo, especialmente durante a pandemia, fez um grande esforço para manter a equipa central unida e certificar-se de que estavam a ser consideradas as suas dificuldades.
A oradora reconhece que “no turismo é difícil mas se todos fizermos um bocadinho podemos avançar como sociedade, como indústria e país; por isso fazemos tanto quanto podemos e não podemos ter medo do tema da ESG só porque estamos na indústria do turismo”.
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