SNPVAC alerta para erros de gestão da SATA

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil afirma hoje, em comunicado, que para além dos erros de gestão cometidos pela SATA Air Açores e SATA Internacional/ Azores Airlines, ambas companhias aéreas do Grupo SATA, a estrutura operacional da SATA Internacional/ Azores Airlines está a colocar em risco os voos de serviço mínimo “pois não está a fazer um planeamento de tripulantes que proteja convenientemente os mesmos”, tal como afirma ter sucedido no voo cancelado esta terça-feira, dia 22.

O SNPVAC afirma pois não se responsabilizar caso o Serviço Mínimo para a Horta, Pico ou para Santa Maria não seja realizado devido ao mau planeamento de tripulações feito pela estrutura operacional da SATA Internacional/ Azores Airlines.

Relativamente à questão sobre a gestão das duas companhias aéreas que pertencem ao Grupo SATA, o sindicato vem hoje denunciar que o cancelamento da vinda do segundo avião A330 para a SATA Internacional/ Azores Airlines, em conjunto com a decisão de utilizar novamente os A310 para operar regularmente os destinos Estados Unidos da América e Canadá, duas opções contrárias ao que estava previsto no Plano Estratégico de 2015, o qual foi alterado em 2016 pelo novo Conselho de Administração, “foi um dos maiores erros de gestão cometidos nos últimos anos”.

O SNPVAC recorda que a opção pelos A330 foi estudada durante vários anos, tendo sido considerada a melhor opção para a companhia aérea pela anterior Administração e pelo único acionista da empresa, ou seja, o Governo dos Açores. Após a entrada de uma nova Administração em 2016, em apenas alguns meses foi decidida uma alteração radical ao Plano Estratégico/ Operacional da SATA e cancelada a vinda de mais um A330, o que culminou no atual caos operacional que se vive na SATA Internacional/ Azores Airlines.

No comunicado, o sindicato que “só este erro custou à SATA Internacional/ Azores Airlines, em 2017, mais de quatro milhões de euros, valor esse calculado com base nos mais de 80 voos ACMI que foram contratados a outras companhias, consequência da falta de um segundo A330 e da opção em maximizar os “velhinhos” A310, quando já se acautelava a sua pouca utilização por causa da fiabilidade operacional dos mesmos, tal como se veio a comprovar pela quantidade de voos cancelados devido a questões técnicas e de manutenção.

No entanto, a somar aos custos de quatro milhões de euros existem ainda a não obtenção de ganhos de cerca de três milhões, pelas operações que não realizadas pela SATA Internacional/ Azores Airlines, adianta na mesma nota.

E relembra ainda que a SATA Internacional/ Azores Airlines também deixou de obter outros ganhos por optar em não realizar voos no mercado charter nos meses em que tem menor ocupação operacional, o que poderia ter feito caso tivesse um segundo avião A330.

Para o sindicato, a opção de ter apenas uma frota de A330 constituída por apenas um avião, significa que cada vez que esse avião tem que realizar as manutenções anuais obrigatórias, que são duas por ano e totalizam um período superior a um mês, não existe um avião com capacidade idêntica para o substituir.

“Aos custos e ganhos perdidos acima referidos, existem ainda os custos de imagem, incalculáveis no contexto de concorrência em que vivemos, indissociáveis desta errada decisão estratégica e que têm destruído a imagem comercial da companhia aérea regional, principalmente, junto do mercado da América do Norte”, conclui.