Startups: o que fazem pela hotelaria?

Gonçalo Rebelo de Almeida

Um assistente virtual concebido para apoiar, em tempo real, a comunicação com o cliente e um software que monitoriza o estado dos espaços do hotel, garantindo a sua manutenção permanente: estes são exemplos de soluções aplicadas pelos hotéis Vila Galé. Quem o refere é Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo, referindo-se às aplicações portuguesas – B-Guest e Infraspeak – com quem têm trabalhado.

A Vila Galé juntou-se à B-Guest para criar um concierge virtual: nada mais, nada menos do que um assistente ao serviço do cliente. Reservar mesa no restaurante, marcar uma massagem no spa, requisitar serviços de lavandaria e até comprar vinhos e azeites da marca Santa Vitória, uma empresa do grupo hoteleiro. São serviços como estes que podem ser solicitados, gratuitamente, a partir de um smartphone ou tablet. O estado do pedido pode ser acompanhado através do dispositivo móvel do cliente.

Com uma estratégia mais focada na resolução de problemas, a Infraspeak permite tanto saber onde existe uma lâmpada fundida como monitorizar a qualidade da água nos 21 edifícios do grupo em Portugal. “Desde que usamos este software que verificámos uma redução significativa do trabalho administrativo, um maior controlo de processos e uma redução do tempo médio de resposta quando é detetado um problema, o que se traduz em menores custos”, assegurou Gonçalo Rebelo de Almeida.

João Machado

A mesma ideia foi reiterada pelo diretor de IT do Pestana Hotel Group: “As startups com quem temos trabalhado têm ajudado o grupo a pensar out of the box nos problemas e desafios do setor”. “Estas empresas estão mais disponíveis para trabalhar em cenários de incerteza, onde a inovação e a capacidade criativa são um enorme valor acrescentado”, observa João Machado, sublinhando o “talento das pessoas que lideram e trabalham nestas empresas”.

O grupo hoteleiro aprovou, em 2017, a nomeação de um manager responsável por dinamizar e promover relações com os empreendedores. Só nesse ano, foram analisadas propostas de mais de 50 startups, de 23 países. É também promovido um encontro mensal, onde são apresentadas três startups ao CEO e a membros da Comissão Executiva do Pestana. Dessas reuniões já resultaram pilotos com a GuestU, a Handiscover, a Ground Control Studios, a Roundstay e a Helppier.

No caso da Helppier, explica o fundador, permite a criação de tutoriais interativos online para orientar, passo-a-passo, os utilizadores de um website, ajudando-os a navegar e a executar tarefas. Hugo Magalhães mostra-se convicto de que a solução “não só é útil para o utilizador final como também para a empresa provedora, que vê diminuir os custos com chamadas de suporte e liberta recursos da sua equipa para outras funções”.