Suspensão de voos europeus é “um mal menor pois mantemos as ligações intercontinentais”

A suspensão de quatro voos da TAP com partida do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e destino a Barcelona, Milão, Bruxelas e Roma, a partir do próximo mês de março, é vista por Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, como “um mal menor”. Em entrevista ao Ambitur.pt, à margem da Fitur, que teve início hoje em Madrid, o autarca afirmou que, “apesar de tudo, parece-me um mal menor porque mantemos, apenas com a redução de um voo para São Paulo, as ligações intercontinentais, que era a nossa grande preocupação”.

No plano europeu, acrescentou o responsável, a principal preocupação está no destino Milão. “A TAP operava Malpensa, a easyjet abandonou Malpensa talvez por causa da estratégia da TAP, a Ryanair não é solução porque Bergamo para quem faz turismo de negócios não é solução, temos que encontrar solução, mas eu penso que o mercado se vai adaptar”, afirmou.

No que respeita à ponte aérea para Lisboa, que prevê a realização de voos entre as duas cidades portuguesas de hora a hora, Rui Moreira alerta para o facto de “Lisboa ter que concorrer com Madrid e Frankfurt, que são grandes hubs para o Porto”. No entanto, e no geral, afirma Rui Moreira, “comparando com aquilo que pareciam ser as intenções iniciais da TAP, parece-me que é um mal menor”.

Novos hotéis permitirão que o Porto consiga responder ao crescimento da procura

Questionado sobre as perspetivas para o futuro do destino, Rui Moreira explicou que “pelo número de hotéis que neste momento estão em fase de licenciamento vamos poder responder ao crescimento, nós estamos com crescimentos muito elevados, de dois dígitos, temos que preparar a cidade e ajustar a cidade à pegada turística”. O autarca assinalou ainda que, “de facto, o Porto começa a ser um destino incontornável, o que é muito bom por um lado, mas por outro lado obriga a cidade a redescobrir-se, a descobrir novos espaços, a ajustar a oferta a uma procura que está a crescer a uma velocidade de grande dinâmica”.

No que respeita aos processos de licenciamento, o presidente da Câmara esclareceu que “estamos a agilizar processos muito rapidamente, há uma forma muito desburocratizada de agir e aquilo que temos encontrado por parte dos investidores portugueses e estrangeiros, que têm reunido comigo, é uma grande satisfação com a forma como todos os procedimentos têm sido feitos, é evidente que muitas vezes depende de como esse investimento é apresentado, se o investidor apresentar tudo dentro daquilo que são os regulamentos existentes, as coisas são muito rápidas”.