#Sustentabilidade: “Se existe região mais voltada para as questões da sustentabilidade, essa região é o Alentejo”

No Alentejo e Ribatejo procurou-se “envolver todos os setores da atividade turística” numa lógica de sustentabilidade antes de certificar o destino a esse nível. Os primeiros passos foram dados, com foque na certificação do Turismo Rural e na preservação do património cultural, e foi criado o primeiro Observatório de Turismo Sustentável em Portugal. A preocupação do Turismo do Alentejo e Ribatejo é “assegurar a identidade da região” com o que é e deve ser sustentável.

No que concerne à sustentabilidade, a região do Alentejo e Ribatejo seguiu um processo diferente do arquipélago dos Açores no sentido em que “não quisemos certificar o destino primeiro mas, antes, criar uma gestão da sustentabilidade ao nível da banda larga do setor” e que “envolve todos os setores da atividade turística”, atenta António Ceia da Silva, presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo (TAR).

Só depois é que começaram a ser dados os primeiros passos do projeto “Certificação do Setor Turístico do Alentejo e do Ribatejo: Qualificação do Destino – Subsetor Alojamento”, uma certificação reconhecida pela UNESCO e pela Organização Mundial de Turismo (OMT), que é também uma certificação Biosphere. O processo centra-se agora no Turismo de Espaço Rural, com mais de 70 unidades inscritas até ao momento, explica Ceia da Silva. O próximo passo é o património: “Iremos certificar, nos próximos anos, as igrejas, museus, animação turística, entre outros, para no final certificar o destino”.

Assegurar a identidade da região

Mas a sustentabilidade é já reconhecida nas áreas ambiental, social e cultura do Alentejo e Ribatejo. “Conseguimos cinco selos da UNESCO”, afirma orgulhosamente Ceia da Silva, sublinhando que as distinções são “um critério muito importante para a Organização Mundial de Turismo”. O objetivo passa por assegurar a identidade daquela região, numa lógica de “sustentabilidade cultural” visto que “a nossa preocupação é com as questões identitárias e com aquilo que é e deve ser sustentável”, refere o dirigente da TAR.

Traçando o caminho na aposta na “preservação dos monumentos daquilo que é mais genuíno da nossa gastronomia, artesanato e no que é mais tradicional”, Ceia da Silva vinca a sua posição relativamente à sustentabilidade da região: “Se existe região mais voltada para as questões da sustentabilidade, essa região é o Alentejo.”

A região lançou também o primeiro Observatório de Turismo Sustentável, da OMT, em Portugal. A iniciativa, a terceira deste género na Europa, serve de ação “do ponto de vista da gestão e conservação da sustentabilidade”, comenta o responsável. O Observatório permitirá “aferir o grau de sustentabilidade” da região, assim como dados sobre a carga turística e a satisfação dos turistas e residentes.

*Este conteúdo foi solicitado no âmbito de uma reportagem sobre a sustentabilidade nos destinos turísticos nacionais, publicada na edição Ambitur 328.