TAP altera estratégia intercontinental sendo o objetivo os EUA

A companhia aérea nacional está a alterar a sua estratégia ao nível das ligações intercontinentais, sendo que a crise económica em Angola e Brasil são os principais motivadores, no entanto, a saída de mercados como Colômbia, Panamá e Manaus devem-se também a estes destinos serem servidos com voos triangulares, onerosos para a companhia, e sem perspetiva de terem ligações diretas a Portugal.

Fonte oficial da TAP explicou ao ambitur.pt que a estratégia com Bogotá/Panamá era “iniciar um processo que atingiria o seu ponto de equilíbrio com a vinda dos A350, porque na realidade um voo triangular é caro e a oferta competitiva é má porque acabamos sempre por competir, tanto no Panamá, como em Bogotá, com uma escala em alguma das duas direções, portanto, era algo para conhecermos e crescermos no mercado para, quando chegassem os A350 podermos fazer Bogotá-Lisboa direto”. No entanto, a TAP prescindiu dos A350 em detrimento dos A330 Neo, o que significou o replaneamento da estratégia para estes destinos. Sendo assim, os voos deixarão de ser operados no final de março deste ano.

Quanto à crise económica no Brasil e Angola, a TAP considera que este é um problema que não se resolverá em 2016 e por isso, explica a mesma fonte, a transportadora aérea terá de diversificar a sua oferta. Aproveitando a saída de Panamá/Bogotá e uma redução de alguma oferta no Brasil, a transportadora irá apostar em força nos EUA. “O nosso novo Brasil, em termos de conceito, vão ser os EUA”, refere ao ambitur.pt, fonte oficial da empresa. Afirmando que o “conceito” nos EUA será o mesmo usado no Brasil, o responsável acrescentou que “estamos a trabalhar os EUA na vertente étnica e agora vamos abrir para a vertente norte-americana e esta é a informação mais importante para o turismo de Portugal porque vamos fazer uma aposta muito grande neste destinos, vamos vender a Europa toda evidentemente, mas trabalhar com a oferta turística e os órgãos oficiais de turismo aqui para juntos criarmos ofertas fortes para que os americanos tenham a oportunidade de conhecer Portugal”.

De acordo com o responsável da TAP, “Portugal está pronto para os americanos, não precisa de nenhuma adequação da oferta, o país é seguro, limpo, poliglota, tem um clima maravilhoso e é lindo”. A acrescentar que a companhia considera “Portugal como uma porta de entrada natural para os americanos dado a posição geográfica que o país tem”.

Alterações no Brasil

A redução de voos para o Brasil atingirá algumas frequências, “principalmente na baixa temporada”, mas a TAP não pretende sair de nenhuma cidade brasileira, com exceção de Manaus. A mesma fonte afirma que, “dado a crise brasileira, a opção (da TAP) é manter o voo direto exclusivamente para Belém”. A transportadora ressalva entretanto que os passageiros e o destino estarão protegidos.

A mesma fonte dá conta ainda que a TAP conseguiu que a Azul colocasse um avião específico “para nos dar conexão entre Manaus e Belém, coordenado com os nossos horários de chegadas e partidas, portanto, continuaremos a ter uma excelente e a melhor opção para a Amazónia, num avião em code-share com a Azul, e vamos melhorar a nossa oferta para Belém que passa pelo voo direto na ida e na volta. Em termos de resultados vai fazer muita diferença dado que esse voo para Belém vai ter um custo muito inferior ao voo triangular”, finaliza o responsável.