TAP “aprendeu” com o passado e é hoje uma “outra” empresa

O ano de 2014 revelou-se uma grande surpresa para a companhia aérea nacional. Ainda que tenha começado muito bem, “com o melhor primeiro semestre da história da TAP”, 2014 viria a revelar-se um dos anos mais difíceis da companhia com o “pior segundo semestre”.

 

Numa entrevista publicada no Relatório e Contas 2014 da TAP e que a edição de Julho do Jornal TAP divulga integralmente, Fernando Pinto, presidente da TAP, assevera que a companhia “aprendeu” com todos os episódios do passado. “2014 deve ser olhado como um ano que não pode ser repetido. Foi, sem dúvida nenhuma, o pior ano desde que cheguei à TAP, com um somatório de factores que, todos eles, prejudicaram o cliente”, afirmou o responsável, acrescentando que, agora, o importante é “recuperar a confiança do mercado”, ainda que esta seja uma tarefa “difícil”.”Em termos de regularidade e pontualidade da operação, estamos muito melhor do ano passado para este ano. Estamos a mostrar ao mercado que estamos extremamente pontuais, temos um programa importante para o Verão de 2015 para chegar a níveis de pontualidade recorde, que nunca atingimos, é um esforço da empresa, mas que tem de ser de todos os que aqui trabalham. A verdade é que todos temos de ter muito cuidado, porque o que sentimos é que parte do mercado que se perde é muito difícil de recuperar”, explicou.

 

Actualmente e já depois da privatização concluída, a TAP é, segundo Fernando Pinto, uma empresa diferente,  “é outra empresa”. “Não há comparação sob qualquer ponto de vista. Quando chegámos, a empresa era um terço do que é hoje, e não é verdade que a TAP “inchou”… Não, a empresa cresceu para um nível de eficiência muito maior. É uma empresa eficiente, consegue competir no mercado, tem as suas dificuldades mas, se se tivesse mantido nos níveis de eficiência que teve no passado, não teria sobrevivido, não teria chegado à actualidade”, explica o responsável, acrescentando que a TAP “é hoje três vezes maior, tem quase três vezes mais aviões e proveitos, e mantém o endividamento na mesma faixa dos mil milhões. Isso tudo, apesar de termos pelo meio a aquisição de uma empresa de manutenção no Brasil, termos adquirido a Portugália e uma frota completa de aviões A330”.

 

Para concluir, Fernando Pinto afirma que “o futuro da TAP tende a ser dos mais brilhantes com essa nova etapa. Mais capital, novos aviões, novas rotas… Uma empresa vibrante, e é disso que Portugal precisa”. Já no que diz respeito à sua permanência na companhia aérea, o responsável é claro: “Para já, tenho a responsabilidade de a levar até às mãos dos novos proprietários em boas condições e, a partir daí, posso até continuar ligado à empresa mais algum tempo, tenho indicações de que isso pode acontecer, mas chegará também a altura de me reformar…”.