TAP “é tema usado contra mim”, acusa Pedro Nuno Santos

O secretário-geral do Partido Socialista (PS) e candidato a Primeiro-Ministro, Pedro Nuno Santos, esteve presente num almoço de debate organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), para discutir com os agentes do turismo as ideias do seu partido em relação ao setor.

Em cima da mesa, Francisco Calheiros, presidente da CTP, deixou os problemas da infraestrutura do aeroporto de Lisboa, a decisão sobre a localização do novo aeroporto, a situação da TAP e ainda questões ligadas à governance do turismo, ao acordo de competitividade e rendimentos e à estabilidade política.

A estes pontos, Pedro Nuno Santos começou por enaltecer a influência do setor do turismo para a economia portuguesa, relembrando que o mesmo representa 16% do PIB e que tem um papel ativo na “revitalização das cidades e dos centros urbanos” e ainda na coesão territorial, pois o “turismo consegue encontrar no nosso território o que muitos setores não conseguem”.

Assumindo que um governo PS será um “governo parceiro do turismo e da cultura”, o secretário-geral do partido garante que agora é preciso “capacidade de definir e de fazer”. E no que é preciso para já é uma resposta ao novo aeroporto de Lisboa, porque “nenhuma localização terá apoio maioritário” e “não podemos estar a arrastar” uma questão que dura há 50 anos e que “custou milhares de milhões de euros”.

TAP: “processo difícil que carregarei para a vida”

Em relação ao tema TAP, Pedro Nuno Santos acusa que tem sido um “tema usado contra mim” e pede que se relembrem que, enquanto Ministro das Infraestruturas, no governo de António Costa, pegou numa empresa falida e fez com que a mesma fizesse lucro. Admite que houveram erros e que foi um “processo difícil que carregarei para a vida”.

E para contrapor este ponto, o secretário-geral do PS mencionou a situação da SATA, que não teve o mesmo eco da TAP, e cuja intervenção não melhorou os resultados da companhia, que “continua a dar prejuízo” – situação à qual culpa a oposição, que na altura governava a região autónoma.

Ferrovia traz “alto valor acrescentado para o turismo”

Pedro Nuno Santos ainda mencionou como a ferrovia será um instrumento para o setor do turismo, permitindo ao mesmo expandir-se para todo o território, trazendo um “alto valor acrescentado”.

Por fim, o secretário-geral do PS afirmou que, para si, “o governo será mais estável quanto maior for a força do PS” e que nenhum partido terá maioria absoluta nas próximas eleições legislativas, a 10 de março.

No final, os agentes do turismo puderam fazer perguntas a Pedro Nuno Santos, num momento privado no qual a imprensa não pôde estar presente, a pedido do próprio secretário-geral do PS.

Por Diana Fonseca