TAP “há muito que abandonou” o Aeroporto Sá Carneiro

O presidente da Câmara do Porto afirmou, esta tarde, que, “como portuense”, não está preocupado com a greve de 10 dias anunciada pelos pilotos da TAP porque a transportadora aérea “há muito que abandonou” o Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Numa visita ao Instituto Ibérico de Nanotecnologia, Rui Moreira afirmou que “a TAP não é estrutural para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro nem para a região, nem a região parece ser estrutural para a TAP, não dramatizo essa situação, é um problema do Governo, não é um problema nosso”, explanou.

À Renascença, o autarca acrescentou que a “TAP estuda a possibilidade de acabar com voos de longo curso no Aeroporto Francisco Sá Carneiro”. “Por aquilo que sei, os acionistas da TAP querem que os voos de longo curso deixem de vir ao aeroporto Francisco Sá Carneiro. Ou seja, nós para apanharmos voos de longo curso da TAP teremos que ir a Lisboa com a velhinha frota Embraer da Portugália” afirmou Rui Moreira, acrescentando que “a população do Norte de Portugal não vai esquecer isto e, provavelmente, vai escolher outro aeroporto. Madrid está à mesma distância de Lisboa. Em tempo aéreo, é praticamente o mesmo.”

Criação de taxa turística no Norte não é “tabu”

Questionados, Rui Moreira e o presidente da Câmara de Braga, sobre a negociação com a ANA relativa ao pagamento da mesma taxa que a empresa acordou pagar a Lisboa, por conta da taxa turística na capital, Rui Moreira e Ricardo Rio, mostraram entendimento quanto a que esta é uma reivindicação conjunta da região Norte e que afirmaram que imporem a mesma taxa, “neste contexto” nas duas cidades não é “tabu”. “Já falei com o presidente da câmara de Braga, temos nesse aspeto uma estratégia alinhada que naturalmente não vamos dizer porque não se avisa antes aquilo que se vai negociar”, afirmou.

Segundo a Lusa, para os dois autarcas a implementação de uma taxa turística, semelhante à existente em Lisboa, no Porto e em Braga não está posta de lado por uma questão de “argumento” negocial. “Se nós pretendemos um tratamento equitativo por parte da ANA para Lisboa como para a nossa região, e se a ANA justifica o apoio a Lisboa ser do facto de uma taxa turística não me parece que, neste momento, nós possamos recusar taxas turísticas porque depois não temos argumentos para negociar seja o que for com a ANA”, explicou Rui Moreira.