O primeiro semestre de 2019 foi marcado por um período globalmente negativo para a aviação comercial na Europa, tendo os resultados da TAP “acompanhado a tendência de decréscimo verificada nas demais companhias aéreas europeias de bandeira”, refere a companhia portuguesa em comunicado.
O resultado líquido do Grupo TAP no primeiro semestre de 2019 foi de 119,7 milhões de euros, impactado principalmente pela “quebra de receitas de passagens do Brasil de 43,1 milhões de euros e pelo aumento dos custos com pessoal de 35,3 milhões de euros” (+10,6% face ao período homólogo) em resultado das novas contratações e das revisões salariais negociadas em 2018. Contudo, a TAP nota melhorias no resultado líquido: “9 milhões de euros no segundo trimestre (quando comparado com 26,4 milhões de euros no período homólogo), verificando assim a tendência de recuperação”.
A recuperação registada no segundo trimestre, com as perspetivas que o comportamento dos mercados chave da TAP mostram para o segundo semestre, as reservas registadas no sistema da companhia e os benefícios crescentemente alcançados com a renovação da frota, deixam a “expectativa de atingir este ano um resultado operacional melhor do que em 2018”, afirma a companhia.
A notável resposta do mercado na emissão obrigacionista concretizada em junho de 2019, que impactou significativamente os recursos financeiros disponíveis, permitiu à TAP ter uma posição de caixa – indicador especialmente relevante para as companhias aéreas – mais confortável e sem precedentes próximos. A posição de caixa no final do primeiro semestre de 393,5 milhões de euros e a extensão da maturidade média da dívida financeira reforçam a capacidade da companhia para prosseguir com o seu plano de transformação em curso, que tem como um dos pilares mais importantes e exigentes o investimento na renovação da frota.
Novo recorde no número de passageiros
A TAP atingiu um “novo recorde no número de passageiros”, tendo transportado 7,9 milhões de clientes nos primeiros seis meses, um crescimento de 4,8% face ao período homólogo. De realçar que nos meses de julho e agosto de 2019 foi registado um “crescimento de 11,5% face ao período homólogo do ano anterior, consolidando uma trajetória de recuperação iniciada no segundo trimestre”, lê-se no comunicado.
O investimento na expansão e renovação da frota prosseguiu com a entrada de 15 aeronaves de última geração (NEO) e a saída de cinco aeronaves antigas. Com isso, a frota da TAP totalizou 106 aviões no fim do semestre. As novas aeronaves possibilitaram à TAP expandir-se para oito novos mercados durante o primeiro semestre, com destaque para o início das operações no Médio Oriente (rota de Telavive) e o reforço do investimento nos EUA, com a contribuição de novas rotas abertas em junho (São Francisco, Chicago e Washington).
Tal investimento possibilitou à TAP obter importantes ganhos de eficiência no semestre, sendo a única companhia aérea europeia de bandeira comparável a reduzir os seus custos operacionais unitários em 8,8% face ao período homólogo, aumentando assim a sua vantagem de custos em relação a essas empresas. A redução de custos operacionais foi ainda beneficiada por uma bem sucedida política de proteção (hedging) dos preços de combustível.
Os referidos ganhos de eficiência influenciaram positivamente o EBITDAR que registou um crescimento de 19,5% face ao primeiro semestre do ano anterior. Concluiu-se ainda no primeiro semestre, com sucesso, o turnaround da ME Brasil, tendo a subsidiária registado um EBITDAR positivo de 3 milhões de eruos.