“Viaje com quem conhece o caminho há mais tempo” – é desta forma que o MUDE dá as boas-vindas e convida todos quantos se passeiam pela Rua Augusta, em Lisboa, a entrar e conhecer a “grande exposição deste Verão” dedicada à TAP, que estará disponível até ao próximo dia 15 de Novembro, em jeito de comemoração dos 70 anos da companhia.
Fundada a 14 de Março de 1945, a TAP teve, ao longo da sua vida, e de acordo com António Monteiro, diretor de comunicação e relações públicas da companhia, “a arte de recorrer aos melhores construindo uma imagem e um produto do melhor que se fazia mesmo a nível internacional”. No mesmo ano em que comemora o seu 70º aniversário, a companhia passa em revista as suas memórias e dá a conhecer as linhas que traçaram a criação da sua imagem até à TAP que hoje conhecemos. Das propostas e esboços que não chegaram a sair do papel ao arrojo de muitas das suas campanhas publicitárias, a exposição “TAP Portugal: Imagem de um povo” traça, com a ajuda de mais de 600 itens, quatro dezenas de designers e cinco “épocas” que dão a conhecer os seus cinco logótipos, a identidade da companhia, cujas qualidades são tantas vezes atribuída ao povo português.
Da exposição, onde consta a evolução ao longo dos anos dos diferentes uniformes, suportes de comunicação, interiores dos aviões, conquista de novas rotas e aviões e até, a modernização dos bilhetes de embarque, há que destacar, segundo Bárbara Coutinho, directora do Museu do Design e da Moda (MUDE), não só a diversidade de autores representados, dos quais “muitos nomes estão ainda por estudar”, mas também as “agências de comunicação portuguesas que foram muito modernas para o seu tempo”.
No campo das emoções sobressai a identificação “forte” que sempre existiu entre os portugueses e a sua companhia de bandeira, onde não faltam alusões às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, à cultura popular e à saudade. As campanhas publicitárias que o digam. Em 1968, Pedro Lobo fazia passar a mensagem: “Se vai emigrar, vá e volte com a TAP. A andorinha nunca esquece o seu ninho”. Uns anos mais tarde, “o recado” voltava a direccionar-se às comunidades portuguesas lá fora: “Não falemos no tempo da sua ausência. Falemos apenas do tempo que dura a viagem à sua terra”. A “alusão aos Descobrimentos e à epopeia marítima” está também vigente nesta exposição, fazendo passar a ideia, lembra Bárbara Coutinho, de uma TAP e um país “também pioneiro na aviação”.
O painel de azulejos de Querubim Lapa, que estava na antiga loja da TAP do Marquês de Pombal, as tapeçarias de Maria Keil e Fernando Lemos, que decoraram, respectivamente, as delegações da companhia em Copenhaga e São Paulo são alguns dos destaques incontornáveis desta exposição que não deixa esquecer vários episódios que marcaram a história da TAP mas também de Portugal. “Há razões para acreditar que (a TAP) continuará a ser a companhia do coração dos portugueses. Basta que a continuem a preferir para as suas viagens”, concluiu António Monteiro, que veste a camisola vermelha e verde há 46 anos.
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