Técnica milenar posiciona vinho da talha como um produto diferenciador no mercado

O vinho de talha e a Casa das Talhas, projeto detentor da Adega da Vidigueira, Cuba e Alvito, esteve em destaque na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa. De 16 a 20 de março, a FIL – Feira Internacional de Lisboa foi palco daquela que é a maior feira de turismo de Portugal.

Em declarações à Ambitur.pt, Ana Coutinho, responsável pelo enoturismo Casa das Talhas, destaca o “grande interesse” que existe pela região e, consequentemente, pelo vinho da talha: “É uma técnica que preservamos há muito tempo e em que temos feito um grande investimento para a preservar: é muito bom para nós ver que há mais procura e aceitação”.

Assente numa “técnica milenar” deixada pelos romanos na região alentejana, o vinho de talha é diferente de todos os outros, pelo facto de se tratar de uma produção muito restrita: “É produzido apenas através de uvas provenientes de vinhas centenárias”. Acresce que “100% da produção e fermentação é feita em talhas de barro”, tratando-se de uma “técnica natural” e de um “vinho mais sustentável”: “São dois mil anos de história que temos vindo a preservar”, refere.

Produzido desde 2019, ano de inauguração das Casa das Talhas, o vinho tem recebido uma grande aceitação por parte do público: “O facto de se tratar de um vinho que é produzido por vinhas centenárias faz com que só consigamos produzir três a quatro mil litros por colheita”.

A ligação do vinho com o turismo materializa-se pelo facto do enoturismo ter a mesma designação do vinho: Casa das Talhas: “É uma espécie de centro de valorização e dinamização do vinho de talha e um espaço rodeado com talhas de barro que explica todos os instrumentos e a forma como produzimos o vinho”, explica Ana Coutinho. O objetivo é que “todos os turistas que passam pela Vidigueira, mesmo sem conhecer este vinho, saiam de lá com informação sobre o que é e a forma como nós o produzimos e tentamos preservar esta técnica”.

Ao nível de operações, a responsável faz um balanço extremamente positivo: “O início de março ficou marcado pelo boom de eventos e visitas à adega”.

A presença na BTL é, assim, uma mais-valia para dar a conhecer os serviços que a Vidigueira tem para oferecer: “Nestes dias de feira, notamos uma procura pelos nossos serviços”, remata.