“Temos ainda uma boa margem para” crescer turisticamente a um bom ritmo

A secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo dos Açores, Marta Guerreiro, durante a sessão de abertura do 44º Congresso da Associação Portuguesa da Agências de Viagens e Turismo – APAVT, que decorre em Ponta Delgada até 25 de novembro, apontou que a economia dos Açores tem como objetivo consolidar o turismo “definitivamente” com um dos motores de desenvolvimento económico, ambiental, cultural e social do arquipélago. Para a responsável, “crescemos, queremos continuar com bons ritmos e temos ainda uma boa margem para fazê-lo”. Mas também deixa o aviso: “com os crescimentos, novos desafios temos pela frente”. Sendo o principal deles “fazer com que este setor se afirme, definitivamente, como um dos motores de desenvolvimento económico, ambiental, cultural e social dos Açores, com um papel, cada vez mais importante na economia da Região, não só ao nível do produto gerado, mas também, em especial, ao nível das oportunidades de emprego e empreendedorismo criadas”.

Para Marta Guerreiro, o crescimento da procura possibilitou melhores e consistentes taxas de ocupação, com os Açores a serem, desde 2015, “a região do país com o maior crescimento nas dormidas, com uma variação positiva de 20%, superando-se, em 2017, com grande margem, a desejada meta dos 2 milhões de dormidas”. De seguida a responsável olhou para o presente, indicando que em 2018, “tal como tem vindo a ser verificado no todo nacional, registam-se taxas de crescimento nos fluxos turísticos mais baixas que as verificadas nos anos anteriores, em parte pela desaceleração conjuntural internacional dos fluxos turísticos já prevista desde fins de 2017, mas também, pelo ressurgimento de destinos de sol e praia com preços extremamente baixos”. Relembra então a responsável que embora os Açores não se posicionem, nem como destino turístico de baixo preço, nem como destino de sol e praia, “na verdade, mesmo os turistas com algum perfil de turismo de aventura e de natureza estão a ser aliciados por promoção intensiva e preços muito baixos em destinos como Egipto, Turquia ou Tunísia”. Acredita então a interlocutora num afinar de estratégia do arquipélago que é necessário para a sua consolidação.

“A verdade é que esta evolução, depois de um crescimento de 93% das dormidas, em apenas três anos, vem permitir um ritmo mais adequado à estratégia turística definida pelo Governo dos Açores, onde se pretende que a atividade cresça de forma sustentável e gradual, garantindo a boa gestão dos recursos físicos e humanos, a maximização de ganhos económicos para todos os agentes regionais, assegurando benefícios para a população e para a criação de valor cultural, mas sempre em harmonia com o nosso principal ativo diferenciador, a nossa natureza exuberante e preservada”.

Marta Guerreiro indica que também por esse motivo, “temos em curso o processo de certificação do destino como sustentável, algo que prevemos alcançar já no próximo ano”.

Continuando, a responsável defende que a “nossa responsabilidade, enquanto poder executivo, é de avaliarmos os excelentes crescimentos e planearmos os próximos anos, com base na definição de metas e estratégias que possam ir ao encontro dos desafios atuais e das respetivas oportunidades”. Para Marta Guerreiro, são “desafios que se consubstanciam, principalmente, no combate à sazonalidade, mas também, ao nível do crescimento em todas as ilhas; com a qualificação do destino, seja por via dos serviços e infraestruturas, seja por via dos recursos humanos; ou da manutenção da preservação do património ambiental, que tanto tem contribuído para que os Açores sejam, cada vez mais, reconhecidos como um destino certificado pela Natureza”.