Turismo Activo: um segmento onde Portugal ainda tem muito que correr… (Parte I)

Não é novidade que Portugal tem inúmeros lugares para a prática de turismo activo. O clima excepcional, com poucos períodos de frio e chuva, a par com a enorme diversidade de oferta existente, fazem deste um país com um grande potencial neste segmento. No entanto, e apesar de constarem no Plano Estratégico Nacional do Turismo 2013-2015, parece haver ainda um longo caminho a percorrer em determinados nichos. São os casos do turismo náutico e de natureza.Comecemos por Lisboa. É aqui que Pedro Sá Vieira, responsável da LisbonByBoat, tem há alguns anos o seu negócio. E é aqui também, na mesma cidade que tem vindo a registar nos último meses um aumento de turistas, que se nota algum &desprezo pelo rio&.&Muito se tem feito pelo Turismo em Portugal, e especialmente em Lisboa, mas ainda temos um longo caminho pela frente se compararmos com a generalidade das capitais europeias até percebermos que ‘o Rio também é Cidade’&, afirma, acrescentando que &temos falta de infra-estruturas de logística e de apoio à beira rio e mar, que possibilitem o desenvolvimento e investimento por parte das Empresas Marítimo-Turísticas na Actividade Náutica”. O responsável destaca ainda que& apesar de &termos das melhores condições naturais ao nível europeu, temos muito pouca ou quase nenhuma promoção turística, quer dos operadores, quer dos agentes, quer das associações de turismo, em relação ao Turismo Náutico&.Uma opinião também partilhada por Adelino Cardoso, director da acção cooperativa e comunicação da Mútua dos Pescadores. &Quase todos os indicadores revelam que muito há ainda por fazer nesse sector. E os dados comparativos destas actividades no produto interno bruto, com a realidade de outros países, designadamente da União Europeia, comprovam-no à evidência&, afirma. Para este responsável, para que o turismo náutico possa dar um contributo mais significativo para o desenvolvimento de Portugal, há ainda muito que trabalhar. &Desde a simplificação da legislação que regula o acesso e o exercício das actividades ligadas ao turismo náutico, passando pelos portos e postos de amarração, até aos estaleiros de construção e reparação naval, sem esquecer outras infra-estruturas e ainda os apoios financeiros&, assevera.&Uns quilómetros mais abaixo, e apesar de já nos encontrarmos em Vila Nova de Milfontes, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a realidade assemelha-se. Carlos Lourenço é proprietário de uma empresa que proporciona actividades na natureza (NatureActivities). E também, na sua opinião e, especificamente, no que respeita ao turismo de natureza, &há muito a fazer&, &nomeadamente no que concerne aos parques naturais&.Para o responsável, tem havido &pouca &mentalidade& e estratégia no que respeita ao potencial deste segmento por parte das autoridades competentes que se têm dedicado quase em absoluto à vertente Sol e Mar, alimentando assim o turismo sazonal&.&Por Raquel Pedrosa Loureiro