Turismo de Lisboa inicia “novo ciclo” e reforça integração regional

O Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa 2020-2024 tem como fator central garantir a sustentabilidade do destino e torná-lo mais qualificado, mais completo e mais integrado. Estes são os principais pontos deste “novo ciclo”, aprovado pelas direções da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) e pela Associação Turismo de Lisboa (ATL), e que foi apresentado esta segunda-feira no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Coube a Luís Paixão Martins, vogal da direção do Turismo de Lisboa, fazer um enquadramento do Plano, enfatizando que, “pela primeira vez, desenhamos uma única abordagem para o nosso destino-marca”. O responsável diz que este Plano faz com que “Lisboa seja conhecida territorialmente como a nossa região”, tratando-se de uma “integração regional da área metropolitana facilitada pela definição das centralidades com potencial turístico: Os Polos”. Neste sentido, o Plano Estratégico define uma qualificação da oferta nos centros  de maior procura (Belém-Ajuda, Baixa, Bairros Históricos e Oriente de Lisboa, Cascais, Sintra e Ericeira), a aceleração do crescimento das zonas de forte vocação e notoriedade (Arrábida e Mafra), assim como o estímulo às zonas com potencial a médio prazo (Loures, Alcochete, Seixal e Costa da Caparica).A ideia de “integração regional” assume também relevo na relação da abordagem da oferta com a procura. De acordo com o responsável, o plano revela uma “clara aposta no marketing” focado nos segmentos de visitantes individuais, familiares ou, mesmo, os pequenos grupos, visto que estes são os que mais facilmente se integram com os residentes. “O Turismo de Lisboa só pode continuar a ser um bom berço havendo harmonia entre residentes e visitantes”, sublinha. 

Em matérias de mercados, Luís Paixão Martins realça que, “neste novo ciclo, vamos dar uma especial atenção ao mercados promissores” como o  Médio Oriente e a Ásia através de programas dirigidos para aumentar a notoriedade de Lisboa através dos media ou de outros meios digitais. De acordo com o vogal, “um em cada três visitantes de Lisboa é proveniente de terceiros países”, como o Japão, Coreia do Sul, Turquia, Estados Unidos da América, Catar, Israel, Irão, Arábia Saudita ou Rússia. A “atração de mais turistas” vindos destes mercados e a “captação de visitantes individuais e de pequenos grupos” vai contribuir para a concretização de dois objetivos estipulados no plano: “qualificação da receita média por turista e o prolongamento da estada média”, sustenta o responsável. 

Com expectativas positivas para o novo ciclo, Luís Paixão Martins realça dados da consultora Deloitte que comprovam que, em 2018, “a quota dos polos turísticos fora da cidade cresceram mais do que a quota dos polos turísticos da cidade”. Os mesmos dados indicam ainda que 2018 foi o “quarto ano consecutivo em que ocorreu um maior crescimento de número de residentes”. “No Turismo de Lisboa temos o hábito de atingir os planos e as metas traçadas e fazer evoluir a nossa oferta com sustentabilidade”, remata. 

Uma oportunidade renovada

Por seu turno, o presidente da ERT-RL, Vítor Costa, realça o facto de que, “desde o primeiro plano” em 1998, o Turismo de Lisboa “conseguiu sempre cumprir todos os objetivos traçados”. Para o dirigente, estes planos constituem uma “oportunidade renovada” para “refletir, questionar, inovar, consensualizar, encontrar plataformas e definir caminhos comuns” para, depois, se passar à ação.  

Em relação ao Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa 2020-2024, Vítor Costa afirma que serão colocados “novos desafios” como o “desenvolvimento” e a “sustentabilidade” da região. Nas questões territoriais, o dirigente sublinha todo o trabalho que tem sido feito em “tentar alargar o território da marca”, afirmando que o grande desafio prende-se em criar um “destino uno”, ou seja, “o destino Lisboa mas diverso”. No entanto, Costa considera que esta questão sempre foi “delicada. Numa região que inclui a capital do país, o peso relativo de cada um dos 18 município é, como sabemos muito díspar”, indica. 

Já sobre a sustentabilidade da região, o presidente da ERT-RL considera que se deve encarar a questão “numa perspetiva global e integrada”, indicando que a região deve ter a “capacidade para dar respostas adequadas e diferenciadas para os grandes e pequenos problemas”, ao mesmo tempo que deve “aproveitar as grandes e pequenas oportunidades.