Turismo de Marrocos: “O desenvolvimento do mercado português foi e será sempre primordial”

Marrocos tornou-se, em 2019, o “primeiro destino turístico dos portugueses no continente africano” depois de num horizonte de seis anos, entre 2014 e 2019, conseguir duplicar as chegadas e triplicar as dormidas de portugueses no território. Mas em 2020 a crise pandémica abalou o setor do turismo em todo o mundo. Como retomar? No caso de Marrocos, não perdendo os laços com o mercado português de suma importância, através de uma nova plataforma de interação e de formação online sobre o destino. A Ambitur.pt esteve à conversa com Abdellatif Achachi, delegado do Turismo de Marrocos para Portugal e Brasil.

Uma vez que “a tecnologia abraça o mundo inteiro através da internet”, também a digitalização “tornou-se inevitável para o desenvolvimento de qualquer atividade, incluindo o turismo”, começa por refletir Abdellatif Achachi. Foi assim que o Turismo de Marrocos decidiu, pela primeira vez, “implementar uma plataforma digital de negócios, troca de informações, acordos e muitas possibilidades” para também “favorecer, neste contexto constrangedor da pandemia, as relações entre os atores profissionais do turismo português e marroquino”, explica. Eis a B2Marrocos, lançada em janeiro.

Achachi descreve que a B2Marrocos é um “marketplace revestido de uma forma de interação próxima como só é possível em feiras presenciais”, ou seja, funciona como “feira turística digital” com a finalidade de “facilitar negócios (impedir a sua rutura), aproximar estratégias comerciais e intercâmbio de bons procedimentos” em ano de pandemia. Na plataforma é disponibilizada “a riqueza turística marroquina, com textos e visuais, informações dos inscritos” assim como “programação futura dos destinos marroquinos com oferta viável para o viajante português”.

A plataforma acaba por surgir como “extensão” da Academia Marrocos, criada em novembro de 2020, uma “formação digital que permite aos agentes de viagens portugueses fortalecer o conhecimento dos destinos e produtos turísticos de Marrocos, dotando-os de ferramentas e meios para concretizar as vendas com detalhe e com uma melhor posição face o viajante/cliente”, contempla o responsável.

A Academia Marrocos procura “fornecer orientações reais para quem procura viajar para Marrocos, tendo em conta a importância da informação neste contexto de Covid-19” e também “tranquilizar o viajante sobre as medidas [disponíveis aqui]” de saúde e segurança tomadas, adiciona o delegado. Além disso, disponibiliza os diversos “elementos de atração turística e tudo o que é relacionado com a sua atividade a nível global (transporte, alojamento, animação, trilhos, etc.)”. Abdellatif Achachi confia no “sucesso” da ação que já conta com perto de 800 inscritos para formação.

“Em seis anos, duplicaram as chegadas e triplicaram as dormidas” de portugueses

Segundo Achachi, o Turismo de Marrocos tem beneficiado muito do “trabalho e esforços eficientes dos seus parceiros portugueses”, entre agentes de viagens, operadores turísticos e a própria TAP, que permitiu “num período de seis anos [entre 2014 e 2019] duplicar as chegadas (de 60 mil para 120 mil), com uma taxa de crescimento de 15%, e triplicar as dormidas (de 110 mil para 320 mil), com uma taxa de crescimento de 20%”, avança.

Tendo em conta estes números, “o desenvolvimento do mercado português foi e será sempre primordial na nossa estratégia”, sobretudo, no momento da retoma “da posição alcançada em 2019”: Marrocos como “primeiro destino turístico dos portugueses no continente africano”, realça o responsável. Nesse sentido, a entidade procura agora “reconduzir o apoio através de acordos com os parceiros portuguesas” para um primeiro passo em direção à retoma turística no destino.

O delegado para Portugal conclui que “o mais importante são os laços entre os nossos parceiros portugueses e o Turismo de Marrocos” e que o objetivo é “fazer perdurar esta relação”, nomeadamente, ao longo de 2021 em que “teremos de conviver com esta nova normalidade no momento de viajar, até sentirmos os efeitos da vacina no setor turístico”.

Entretanto, a entidade lançou em janeiro um “estudo de mercado” para “avaliar as vertentes de marketing e de estratégia para encetar as medidas e os meios que deveremos pôr em prática num futuro muito próximo, para o denominado turista 4.0”.