Turismo de Portugal: Depois do golfe segue-se o surf

Após o lançamento do “Portugal Golf Membership” no mercado internacional, o Turismo de Portugal prepara-se para lançar uma estratégia idêntica ao nível de promoção para o nicho de surf. Em declarações a ambitur.pt, Luís Matoso, administrador do Turismo de Portugal, rebate as críticas ao “Portugal Golf Membership”, admitindo que alguma falta de informação ao mercado provocou determinados mal entendidos. Mas para o responsável esta lógica de estratégia é para continuar e aponta os motivos: “O que digo é: deixemos de ser descritivos. O turismo é muito descritivo. Não se pode escamotear o tempo médio que uma pessoa leva para fazer uma compra. E estudos dizem-nos que não pode perder 10 minutos a explicar a região, o país e o hotel. A pessoa está à procura de propostas de valor. A comunicação tem que ser muito enfocada, com mensagens fortes que chamem a atenção para o destino, naquilo que o mundo reconhece”. Ainda de acordo com Luís Matoso, “não sou partidário de qualquer opção de nós próprios intervirmos no processo de transacção. Já existem sítios para se comprar, nós só temos que dar acesso a esses sítios, seja para a Booking, para a Thomas Cook, entre outros, onde é o cliente que decide”.& Sendo assim, o Turismo de Portugal tem adoptado ao nível de estratégia uma linha de comunicação “call to action”, refere o administrador do Turismo de Portugal a ambitur.pt, ou seja, “se quero utilizar a onda da Nazaré porque está no top-of-mind” e através de uma estratégia on-line, o Turismo de Portugal intervém automaticamente, mas sem esquecer que “este banner pode levar a uma compra”. “O que falta afinar é isto: tenho que chamar a atenção para o destino e dar acesso à pessoa que está a olhar para o banner de aceder à compra” segundo o responsável.& Para o responsável “o surf em si não é gerador de um incoming brutal, pois o nosso incoming será sempre sobre os mercados tradicionais ‘sol e mar’, no entanto o surf presta-nos uma plataforma de comunicação sobre uma matéria que o mundo gosta, uma matéria sexy, que queremos utilizar como forma de dizer: ‘agora que te chamei a atenção com o surf, vou-te vender qualquer coisa’.”& Estes programas estratégicos apoiam-se então em duas bases: criar uma base de dados poderosa que permite promover o produto de uma forma muito barata porque se está a comunicar com o target, mas antes disso criar um gancho de comunicação, diferenciador dos outros países, actuando depois com um cartão de fidelização. “Mas para isso tenho que criar pacotes… e é aí que decidi, por exemplo, no caso do golfe, falar com os campos de golfe e com os hotéis para ver o que é que estes eles podiam dar”. Falando em concreto do “Portugal Golf Membership”, Luís Matoso refere que “os campos de golfe indicaram que dariam quatro green-fees. Num primeiro momento até achei que isto tinha que ser um canal directo porque isto não é drama nenhum, os hotéis hoje já vendem directamente e a TUI continua a funcionar, e esse passo já se deu. Qual é o mal de um campo de golfe vender?”, responde face às críticas surgidas no mercado sobre este programa. Mas o responsável admite que “houve falta de comunicação”.& Relativamente ao surf, e à componente do mar, Luís Matoso afirma que esta é uma aposta coerente com o país aposta. “O que estamos a tentar fazer é não dispersar. Se queremos que o mundo reconheça as nossas vantagens temos que ter um workflow de comunicação e de promoção. Não nos podemos limitar a fazer os eventos, os eventos são o momento alto de comunicação desses dois produtos, não podem ser o único momento que existe no ano. O país captava os eventos mas depois não os utilizava para alavancar negócio. Nós queremos ir a outros eventos fora do país para comunicar com o target”, indica o entrevistado. Luís Matoso acrescenta ainda que “com um pouco mais de investimento consigo chegar ao target de uma forma muito eficaz. E noto que poucos países estão a fazer isto. Os países ainda estão a apostar em fazer eventos. Se na distribuição eu falo através dos operadores, aqui estou a utilizar o canal de distribuição de quem tem o target – a Rip Curl, Billabong, as grandes marcas de surf”.&Resumindo, o responsável indica que “os eventos para mim são plataformas de comunicação. Tenho 2 produtos consolidados e quero que o mundo perceba que para a Europa o nosso destino é o maior destino de surf, já é se não o maior, dos maiores destinos de golfe. O evento é apenas o momento mais alto da tensão”. Por Pedro Chenrim