O Turismo de Portugal lançou ontem o seu novo Plano Turismo + Sustentável 20-30, na presença da secretária de Estado do Turismo, que visa um “turismo mais resiliente, mais responsável e sustentável” nos próximos três anos e que arranca com mais de 70 iniciativas nesse âmbito.
O plano foi apresentado por Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, recordando que, em 2017, quando foi aprovada a Estratégia Turismo 2027 “ficou claro que a sustentabilidade nos setores do Planeta e da nossa sociedade tinha de estar no centro dessa estratégia” e que é essa mensagem que “queremos reforçar neste momento”. Em contexto de pandemia “precisamos de estimular a sustentabilidade do setor”, defende, pois além de ser considerado o Melhor Destino do Mundo e um dos mais competitivos, Portugal “terá que ser também um dos mais sustentáveis e seguros do mundo”. No fundo, seguindo o seu lema, “mais do que um desafio, é o caminho“.
Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, referiu que este plano é “um referencial estratégico, participativo e dinâmico e que prova o pioneirismo de Portugal na mudança para um mundo melhor”. “Visa reforçar uma das principais metas da estratégia turística – a de afirmar o país como um dos destinos mais competitivos, seguros e sustentáveis do mundo” disse Rita Marques, acrescentando que a “recuperação do setor assente na sustentabilidade permitirá, não só, a resiliência perante futuras crises, como o retomar da atividade turística sob o compromisso de fazer melhor e com maior segurança, dos pontos de vista económico, social e ambiental”.
Mais de 70 iniciativas no seu arranque
O Plano Turismo + Sustentável 20-23 baseia-se, assim, nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, nomeadamente, no objetivo de “minimizar o impacto das alterações climáticas” alinhado com a Agenda para a Economia Circular. O presidente do TP adianta que o plano também leva em conta “as exigências dos consumidores” no sentido de “preservar a autenticidade e a biodiversidade”.
A partir de ontem e até 26 de janeiro em consulta pública, o plano contempla quatro eixos estratégicos:
- Estruturar uma oferta turística cada vez mais sustentável;
- Qualificar os agentes do setor para a temática;
- Promover Portugal como um destino sustentável;
- Monitorizar as métricas de sustentabilidade do setor.
Luís Araújo sublinha que o plano “arranca” com mais de 70 iniciativas já previstas e que ainda contará com muitas mais pois este “é um plano que se vai construindo ao longo destes três anos”. Refere ainda que, em termos do eixo da Promoção, o intuito do Turismo de Portugal é “alcançar segmentos de mercado e mercados mais sensíveis às questões da sustentabilidade” além de “captar eventos sobre a sustentabilidade para que sejam celebrados em Portugal”, como foi agora o Planetiers World Gathering.
Além disso, metas mais concretas a alcançar em 2023 são: o incremento de 50% de empreendimentos turísticos com sistemas de eficiência energética, água e gestão de resíduos; a eliminação de plástico de uso único em 50% de empreendimentos turísticos de 4* e 5*; 25.000 aderentes ao selo Clean & Safe, entre 30.000 formados e 1.000 auditados; formação de 50.000 profissionais nas áreas da sustentabilidade e 500 referências internacionais sobre a oferta sustentável em Portugal.
Financiamento de 200 mil euros do Fundo Ambiental
O Turismo de Portugal celebrou ainda um protocolo com o Fundo Ambiental para incrementar as competências dos profissionais do setor do turismo, alavancar iniciativas e dinâmicas já existentes, dar visibilidade a boas práticas e inspirar todos a fazer melhor, para alcançar melhores resultados em termos de receitas, da satisfação dos turistas e da preservação do nosso planeta. Para tal, está disponível um financiamento de 200 mil euros, financiável a 100% pelo Fundo Ambiental, e um prazo de realização até 31 de dezembro.
Em parceira com AHRESP, Universidade Nova de Lisboa, Federação Portuguesa de Golfe e Conselho Nacional da Indústria de Golfe e Travel Without Plastics, as ações abrangidas por este protocolo são:
- Reeducar para uma restauração circular e sustentável;
- As práticas da economia circular nos destinos turísticos do litoral;
- Neutralidade carbónica nos empreendimentos Turísticos;
- Construção sustentável em empreendimentos turísticos;
- Eficiência hídrica nos campos de golfe em Portugal;
- Redução do plástico na hotelaria (turismo sem plástico).