Turismo do Alentejo e Ribatejo aposta na “maior e mais diversificada rede de percursos cicláveis do país”

A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo lançou, na passada sexta-feira, em sessão online, a Rede Cyclin’ Alentejo e Ribatejo, apresentada como a “maior e a mais diversificada rede de percursos cicláveis do país”, transversal a toda a região. 

António Ceia da Silva, presidente da ERT do Alentejo, recorda que “fomos em Portugal pioneiros num conjunto de projetos candidatos ao Programa Valorizar” que apoia, sobretudo, “projetos em rede, articulados, virados para a promoção” sendo que esta rede de cycling que atravessa todo o Alentejo e Ribatejo “é um deles”, assim como o projeto de Autocaravanismo que hoje conta já com 50 áreas de serviço na região e outro dedicado ao Turismo Literário, inédito no país.

Foi já também anunciado o próximo Programa Valorizar e Ceia da Silva sublinha que “há aqui uma oportunidade de alargar esta rede de cycling com mais candidaturas de centros e percursos”, com o apoio da Federação Portuguesa de Ciclismo. “Este é o momento certo perante um novo Valorizar” na medida em que a Rede apresentada ainda “não é um projeto final” e pode crescer.

Ceia da Silva comenta que: “As Voltas em bicicleta continuam a verificar-se por todo o mundo com a autorização das autoridades de saúde e, portanto, significa que as atividades de outdoor vão ter muita procura no futuro. Nestas zonas de interior com litoral, de Tróia a Odeceixe, temos todas as condições para apresentar um produto alternativo que pode atenuar a sazonalidade.”

Um upgrade da estruturação do produto turístico do cycling

Vítor Silva

Por sua vez, Vítor Silva, presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA), destaca que “o Alentejo, pelas suas características estruturais, é um dos destinos em Portugal mais adequado para o chamado turismo de Natureza”. O walking foi o primeiro produto a incorporar neste segmento, com a Rota Vicentina, enquanto o “cycling seguiu-se uns anos mais tarde com uma expansão bastante importante no território”. Vítor Silva esclarece, ainda, que estes não são produtos “baratos” para turistas com “menor poder de compra” e que o cycling é até “um dos produtos que mais conseguimos promover e vender nos Estados Unidos”. “Não começámos com o cycling agora” pelo que esta Rede é sim um “upgrade da estruturação deste produto”.

Continuar a apostar no cycling e walking faz todo o sentido

Da parte do Turismo de Portugal, este produto turístico “faz todo o sentido numa situação de retoma pós-covid, onde podemos proporcionar atividades em ambiente de natureza, numa experiência personalizada e alinhada com o que estimamos que sejam as preocupações e motivações dos turistas nesta fase”, afirma a diretora do departamento de Desenvolvimento de Recursos, Teresa Ferreira. Nesse sentido, “continuar a apostar no cycling e walking, posicionando Portugal como um destino para estas atividades, faz todo o sentido. Não temos que inverter ou alterar a nossa estratégia”, reflete.

Se há lugar para pedalar é o Alentejo 

Por fim o vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Sandro Araújo, revela que esta é uma “estruturação de produto inédita e muito ambiciosa” na medida em que “é a primeira rede de percursos que inclui, simultaneamente, estrada, cross e gravel“. São 3.000 quilómetros de percursos — dispersos por S. Mamede, Ribatejo, Serra da Ossa e Baixa Alentejo — com “paisagens absolutamente extraordinárias” que “atravessam territórios de muito baixa densidade perfeitos para pedalar”, descreve, admitindo que “se há lugar para pedalar, esse lugar é o Alentejo.”

O importante, segundo Sandro Araújo, é perceber “como é que o ciclismo pode ativar os territórios e contribuir para o desenvolvimento da economia de forma sustentável”. Assim a Rede Cyclin’ Alentejo e Ribatejo aderiu também ao “Responsible Trails” que consiste num sistema de apoio à gestão e manutenção de percursos, com a garantia de uma monitorização permanente.