Turismo é “balão de oxigênio” e alavanca para comércio de Lisboa e Porto

O turismo tem sido o “balão de oxigénio” e a “grande alavanca” do comércio e serviços, afirmam as associações de Lisboa e Porto, acrescentado ainda sentir os consumidores portugueses receosos com a situação económica.

“É com muito bons olhos que vemos o turismo, que hoje é um balão de oxigénio que não só cria muitos postos de trabalho e janelas de oportunidade para pequenos negócios, que estão a crescer de forma considerável, como conseguiu alimentar o tecido empresarial que estava a definhar de dia para dia, porque não havia estímulos nem nada que incrementasse a economia”, afirmou o presidente da Associação de Comerciantes (ACP) em declarações à agência Lusa.

Apontando uma subida das vendas no comércio e serviços do Porto “entre 15 a 20%” até junho, face a 2015, Nuno Camilo refere que a quebra registada no segmento do pronto-a-vestir “foi sendo compensada” pelos bons resultados na restauração, nos serviços e nos transportes. “A atividade empresarial da cidade está a crescer via turismo, que está a arrastar consumo para o comércio”, afirmou, explicando que “continua a não haver consumo interno” porque a “muito residual” reposição dos salários teve como “primeiro beneficiário as mercearias, supermercados e setor da alimentação em geral”.

Também a presidente da União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) da região de Lisboa e Vale do Tejo destaca o turismo como uma “grande alavanca” do setor, cujas vendas diz estarem até junho, em geral, “ao mesmo nível do ano passado”. “Acho que o nosso país acredita que estamos a sair da crise, mas ainda há muita instabilidade que leva a que os consumidores nacionais estejam preocupados e queiram investir menos. Sem dúvida que o turismo e o seu constante crescimento em Lisboa e no país tem ajudado quer a restauração, quer a hotelaria e o próprio comércio”, afirmou Carla Salsinha à Lusa.

 

 

Para Nuno Camilo, os resultados do setor até junho são “animadores”, mas impõe-se agora que “a cidade e a região tenham uma estratégia bem delineada” pelas várias entidades envolvidas que defina “qual o rumo que pretendido para o turismo, comércio e serviços” e garanta uma atuação “mobilizadora e sustentada a médio e longo prazo”.

“Só assim conseguiremos responder às necessidades do turismo da cidade e ao que pode vir a ser a sustentabilidade económica da região, porque se hoje tirássemos os números do turismo a situação do tecido empresarial da região seria dramática”, concluiu.

Uma opinião partilhada pelos comerciantes de Lisboa, que consideram “fundamental que as autarquias e o Governo tenham uma perspetiva e uma estratégia de turismo para a cidade”.